Resumo

A brucelose bovina é uma zoonose infecto-contagiosa de importância mundial, causada pela bactéria Brucella abortus. É uma das principais causas de abortos em rebanhos bovinos, acompanhada algumas vezes de infertilidade temporária ou permanente e queda na produção de leite, gerando grandes perdas econômicas para os produtores. Devido a importância dessa doença e seu potencial zoonótico, objetivou-se com esse trabalho determinar a frequência da infecção por B. abortus em vacas leteiras de pequenas propriedades da bacia leiteira do estado de Alagoas e identificar a presença do agente no leite de vacas positivas. Foram utilizadas 130 vacas em lactação de pequenas propriedades localizadas em seis municípios da bacia leiteira do estado de Alagoas, sendo eles: Batalha, Jaramataia, Craíbas, Monteirópolis, Jacaré dos Homens e Olho D’água das Flores. De cada animal coletou-se 2mL de leite de cada teto, em tubos Falcon estéreis e 4mL de sangue total em tubo de ensaio de vidro sem anticoagulante. O leite foi mantido refrigerado até o momento de seu processamento. Após a coagulação do sangue retirou-se o soro armazenando-o em eppendorf para realização do diagnóstico sororológico através do Antígeno acidificado tamponado. As amostras de leite dos animais positivos no teste sorológico foram separadas para realização de isolamento e da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O leite foi semeado pela técnica de esgotamento de alça em placas contendo meio Thayer Martim, específico para o gênero Brucella sp, e armazenado em jarra de microaerofilia por cinco dias a 37ºC. Para realizar a Reação em Cadeia da Polimerase o DNA foi extraído a partir do leite de acordo com as instruções do fabricante do kit de extração da Qiagen. Em seguida realizou-se PCR para detecção de DNA para Brucella sp. Das seis propriedades estudadas, três apresentaram animais positivos no teste sorológico, representando 50% de focos de infecção da Brucelose bovina. Batalha apresentou uma frequência de 15%, Monteirópolis 8,33% e Craíbas apresentou 8%, diferente do resultado encontrado na bacia leiteira de Goiânia que foi de 11,11% de propriedades positivas. Nas demais propriedades não ocorreram animais positivos no teste sorológico. Não houve crescimento de colônias em nenhuma das culturas, por sua vez, todas as amostras apresentaram-se positivas na PCR. Após analise dos resultados conclui-se que os focos de infecção observados neste estudo na bacia leiteira do estado de alagoas constituem-se um risco para a disseminação da doença na região, contribuindo também para a ocorrência da doença no humano.