Resumo

Biossurfactantes são compostos ativos em superfícies produzidos por micro-organismos com vantagens sobre os surfactantes químicos, tais como biodegrabilidade, baixa toxicidade e produção a partir de fontes renováveis. Os biossurfactantes podem ser produzidos por bactérias, fungos filamentosos ou leveduras. No presente trabalho foi realizado um screening com amostras Aspergillus spp isolados do solo da Caatinga (Pernambuco, Brasil), depositados na Coleção de Culturas do Núcleo de pesquisas em Ciências Ambientais (NPCIAMB)/ (UNICAP). A seleção dos fungos produtores de biossurfactante foi realizada pela técnica de dispersão do óleo, redução da tensão superficial, emulsificação e habilidade de produzir lipase em diferentes substratos (óleo de oliva, tween 20 e 80). Foram testadas 10 linhagens de Aspergillus spp crescendo previamente no meio mineral (NH4NO3 0,03g ,KHPO4 0,006g, MgSO4.7H2O 0,006g, asparagina 0,06g), acrescido de 5% de óleo de soja pós-fritura, durante 72horas, em condição estática e temperatura de 28ºC. Em seguida, as amostras foram filtradas e centrifugadas e do líquido metabólico livre de células foi realizado o teste de dispersão do óleo (determinação da área de deslocamento do óleo, expresso o diâmetro em mm), tendo como controle o triton x obtendo os mais significativos resultados com Aspergillus niger(67mm), A. flavus(60mm), e Aspergillus sp(54mm), respectivamente. A confirmação da produção de biossurfactante foi determinada pela redução da tensão superficial da água de 72 para 43mN/m, 43mN/m, 32,5mN/m, como também, pela propriedade emulsificante com óleo motor queimado, apresentando 60%, 75% e 80% , respectivamente para os líquidos metabólicos livres de células de A.niger,A. flavus, e Aspergillus sp. Os testes para detecção da lipase em diferentes substratos indicaram que todas as dez amostras de Aspergillus spp apresentaram halos de atividade enzimática de 50 a 60mm, exceto para A. parasiticus que apresentou halo de 35mm. Portanto, os estudos realizados demonstraram que Aspergillus spp isolados da Caatinga apresentam elevado potencial biotecnológico para produção de moléculas tenso-ativas e lipases.