XXI ALAM
Resumo:590-2


Poster (Painel)
590-2Histopatologia de tumores provenientes de tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas capturadas em águas do litoral norte do estado de São Paulo, Brasil, no período de 2011 a 2012
Autores:Telma Alves Monezi (USP-ICB II - Universidade de São Paulo - ICB II, Depto. de Microbiologia) ; Dolores Ursula Mehnert (USP-ICB II - Universidade de São Paulo - ICB II, Depto. de Microbiologia) ; M Rondon (TAMAR - Projeto TAMAR - Base Ubatuba/SP) ; Eliana Reiko Matushima (USP-FMVZ - Universidade de São Paulo, FMVZ, Depto de Patologia) ; Maria Inês Borella (USP-ICB I - Universidade de São Paulo, ICB I, Depto de Biologia Celular)

Resumo

A fibropapilomatose é uma doença debilitante, que acomete tartarugas marinhas, principalmente da espécie Chelonia mydas, e pode levá-las à morte, representando uma das mais importantes ameaças à sobrevivência da tartaruga-verde. Os estudos sugerem o envolvimento de agentes infecciosos virais em associação com fatores ambientais e até genéticos. Recentemente, o Chelonid fibropapilloma-associated herpesvirus (CFPHV) foi apontado como o provável agente etiológico desta doença. No Brasil, os primeiros estudos realizados com o objetivo de elucidar a etiologia da doença sugerem o envolvimento de herpesvírus. É uma doença de distribuição mundial cuja prevalência pode variar de 0 a 92% dependendo da região analisada. No Brasil, segundo pesquisadores do Projeto TAMAR, a prevalência da média para a espécie Chelonia mydas foi de 15,4% no período de 2000 a 2005. Os fibropapilomas (FP) são tumores benignos que podem chegar a 30 cm de diâmetro e que envolvem o tegumento, podendo se manifestar em nadadeiras, olhos, base da cauda, regiões oral, cervical, inguinal e axilar e casco. Os tumores cutâneos possuem textura lisa à verrucosa, podem ser sésseis ou pedunculados e as maiores formações podem estar ulceradas e necróticas. Nesse estudo, 19 tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas com fibropapilomas foram capturadas pelos técnicos do Projeto TAMAR - Base de Ubatuba na área do litoral norte do Estado de São Paulo, no período de fevereiro de 2011 a abril de 2012, e tiveram os tecidos tumorais removidos cirurgicamente. Cinco animais sem FP foram identificados e liberados para o meio ambiente após colheita de materiais clínicos (pele normal). As frações dos tecidos foram fixadas em solução de Bouin e/ou metacarn, diafanizadas, e incluídas em parafina ou historesina. Os blocos foram seccionados em micrótomo para obtenção de cortes de aproximadamente 5 e 2 µm, corados por HE e analisados sob microscopia de luz comum. Os tecidos tumorais foram caracterizados como papilomas e fibropapilomas de acordo com o grau de proliferação da epiderme e da derme, respectivamente. Nas amostras que apresentaram hiperplasia epitelial, observaram-se células em formato de ballooning com os núcleos aumentados e presença de corpúsculo de inclusão intranuclear, sugestivo de infecção viral. As alterações histopatológicas encontradas neste estudo corroboram as descritas na literatura mundial.


Palavras-chave:  CFPHV, Fibropapilomas, tartaruga marinha, tumores, herpesvírus