XXI ALAM
Resumo:583-3


Poster (Painel)
583-3Colonização materna por Estreptococcos do Grupo B como fator de risco para sepse neonatal precoce em um Hospital Universitário de Minas Gerais.
Autores:Nayara Gonçalves Barbosa (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Juliana Carvalho Penha Pereira (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Heloísio Reis (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Jéssika Rodrigues Alvares (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Vivieni Vieira Prado Almeida (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Denise Von Dolinger de Brito (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Vânia Olivetti Steffen Abdallah (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Paulo Pinto Gontijo Filho (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Introdução: Os Estreptococcos do Grupo B (EGB) causam infecções principalmente em neonatos, gestantes e puérperas. O objetivo da investigação foi avaliar a colonização de gestantes por EGB como fator de risco para sepse precoce nos respectivos recém-nascidos. Material e métodos: O modelo de estudo foi de coorte prospectiva incluindo gestantes colonizadas por EGB e respectivos neonatos no período de julho de 2010 a julho de 2011. A coleta de material clínico foi realizada através de dois “swabs” estéreis, a partir de mucosas vaginal e perianal, além daqueles obtidos pela rotina do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-U). As culturas positivas foram identificadas através de características: morfo-tinturiais, testes de CAMP, bioquímicos que fazem parte do sistema Vitek2® (HC-U) e de aglutinação em látex (SLIDEX® Strepto Plus B, bioMérieux). Os neonatos foram acompanhados durante a internação no hospital, a sepse precoce, nas primeiras 48 horas de vida, definida por critérios clínicos, laboratoriais e microbiológicos. Análises estatísticas univariada e multivariada foram realizadas pelo programa BioEstat 5.0. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade. Resultados e discussão: No total, foram incluídas 413 gestantes, sendo 103 selecionadas para a investigação e 310 da rotina hospitalar. A taxa de colonização foi alta de 18,15%, com maior detecção de EGB no sítio vaginal (54,66%), observando-se uma sensibilidade maior (78,66%) a partir da 35º semana de gestação. O perfil sócio-demográfico evidenciou mulheres com as seguintes características: idade média de 24 anos, casadas/união estável (61,33%), multigestas (58,66%), com a ocorrência de aborto prévio em 21,33%. A sepse neonatal precoce, com critérios clínicos e laboratoriais, foi detectada em 8,00% dos neonatos, com a idade materna <19 anos (p=0,0384) e parto normal (p=0,0490) como fatores de risco para sepse estatisticamente significantes apenas na análise univariada. A maioria (69,23%) das gestantes colonizadas não recebeu antibioticoprofilaxia intraparto. As amostras de EGB apresentaram resistência a clindamicina (10,6%) e eritromicina (12,6), sendo associadas ao fenótipo de resistência indutiva (61,53%) aos macrolídeos, lincosamídeos e estreptograminas B. Conclusão: A taxa de colonização foi alta (~20,00%), a maioria das gestantes sem uso de antibióticos intraparto, e ocorrência de sepse precoce clínica em 8,00% dos neonatos. Os nossos resultados evidenciam a necessidade de uma avaliação mais ampla do problema a nível do hospital, comunidade, bem como da gestão da assistência materno-infantil no país.


Palavras-chave:  Estreptococcos do Grupo B, Colonização materna, Sepse neonatal precoce, Fatores de risco, Antibioticoprofilaxia intraparto