XXI ALAM
Resumo:583-2


Poster (Painel)
583-2Incidência e mortalidade por sepse neonatal precoce por Estreptococcos do Grupo B em um hospital universitário mineiro: estudo retrospectivo de cinco anos.
Autores:Nayara Gonçalves Barbosa (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Heloísio Reis (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Vânia Olivetti Steffen Abdallah (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Paulo Pinto Gontijo Filho (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Introdução: Estreptococcos do grupo B (EGB) é o principal agente etiológico de sepse neonatal precoce em países desenvolvidos, com taxas de 0,36 casos por 1.000 nascidos vivos e de mortalidade de 4-6% nos Estados Unidos. Entretanto, há poucos estudos epidemiológicos quanto a sua representatividade e impacto em países em desenvolvimento como o Brasil. O objetivo foi determinar as taxas de incidência e mortalidade de sepse neonatal por EGB e fatores de risco maternos associados em um hospital universitário. Materiais e métodos: Estudo de casos de sepse precoce por EGB, retrospectivo, a partir busca ativa de prontuários das mães e neonatos com diagnóstico no Hospital de Clínicas da Universidade Federal Uberlândia, no período de janeiro de 2008 a junho de 2012. A identificação e o teste de resistência dos microrganismos foram determinados pelo sistema Vitek®2. Avaliaram-se as características sócio-demográficas e clínicas, bem como o uso profilático de antibióticos na gestante. Resultados e discussão: A taxa da sepse neonatal precoce por EGB no hospital foi de 0,91 casos por 1.000 nascidos no período correspondente aos últimos cinco últimos anos, com variação de 0,45 a 2,45 por mil nascidos vivos, superior à dos Estados Unidos. No total, foram identificados nove casos: dois em 2008, cinco em 2009, um em 2010 e um em 2012, com uma das crianças apresentando meningite com sequelas neurológicas, e uma alta taxa de mortalidade hospitalar de 55,5%. As amostras de EGB foram susceptíveis aos antibióticos testados, excetuando-se uma com resistência à eritromicina. Na maioria das mães (88,8%) o “status” de colonização era desconhecido, em apenas uma foi realizada coleta de espécime clínico de mucosa vaginal, com o resultado liberado após o nascimento do neonato e nenhuma recebeu antibioticoprofilaxia intraparto. O perfil sócio-demográfico das gestantes evidenciou: jovens com idade <19 anos (44,4%), primigestas (66,6%), e com escolaridade média (66,6%), o parto vaginal ocorreu em 88,8% dos casos.Conclusão: As taxas de incidência de sepse neonatal por EGB (0,91 casos por 1000 nascidos vivos) e mortalidade hospitalar (55,5%) em gestantes sem a pesquisa de colonização prévia, bem como de profilaxia antibiótica intraparto foram significativas. Além da melhor definição da dimensão da doença ser urgentemente necessária no país, medidas tais como a existência de um sistema de vigilância epidemiológica, avaliação da colonização materna através de técnicas microbiológicas sensíveis e melhor uso profilático de antibióticos, são recomendadas na instituição.


Palavras-chave:  Estreptococcos do Grupo B, Sepse neonatal precoce, Mortalidade, Colonização materna, Antibioticoprofilaxia intraparto