XXI ALAM
Resumo:583-1


Poster (Painel)
583-1Sepse neonatal precoce em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Mineira nível II/III: diagnóstico, fatores de risco e prognóstico.
Autores:Nayara Gonçalves Barbosa (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Heloísio Reis (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Vânia Olivetti Steffen Abdallah (UFU - Universidade Federal de Uberlândia) ; Paulo Pinto Gontijo Filho (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo

Introdução: A sepse é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal, sobretudo em países em desenvolvimento, onde há evidências de maior proporção de infecções de origem materna. O objetivo foi avaliar a incidência de sepse neonatal precoce, fatores de risco e evolução em neonatos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Material e métodos: Estudo retrospectivo, modelo caso (neonatos com sepse), controle (neonatos sem sepse), de vigilância através de consultas de prontuários das mães e recém-nascidos internados na UTIN nível II/III do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-U), no período de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2011. A sepse precoce, nas primeiras 48 horas, foi definida por critérios clínicos, laboratoriais e microbiológicos, associados a fatores de risco maternos: bolsa rota >18 horas, trabalho de parto prematuro (TPP), febre intraparto, corioamnionite, infecção de trato urinário, cerclagem, colonização materna por Estreptococcos do Grupo B (EGB). Realizou-se análises estatísticas univariada e multivariada pelo programa BioEstat 5.0. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade. Discussão dos resultados: A taxa de incidência de sepse precoce foi alta de 13,01 por 1.000 nascidos vivos, predominantemente de origem materna (91,9%), representou 37,8% dos casos de sepse na unidade, com uma mortalidade hospitalar de 38,7%, a maioria (75,0%) na primeira semana de vida. O diagnóstico foi baseado em critérios clínicos (93,5%), identificando-se apenas um caso com diagnóstico de EGB, com a colonização das gestantes desconhecida em 56,4%. Os fatores de risco gestacionais e periparto independentemente associados com sepse precoce foram: fisiometria (p=0,0008), leucocitose (p=0,0023),parto vaginal (p=0,0055), <3 consultas pré-natais (p=0,0062), TPP (p=0,0133), corioamnionite (p=0,0348) e a falta de assistência pré-natal (p=0,0144), sexo masculino (p=0,0216), Apgar <7 no 5º minuto (p=0,0251) e o peso <750 gramas (p=0,0264) com a evolução para o óbito precoce. Conclusão: Além de práticas tradicionais utilizadas na prevenção e controle de infecções que destacam: higiene das mãos e cuidados na inserção, manutenção e remoção precoce do cateter venoso central; a constatação daquelas relativas a melhorias no cuidado pré-natal, educação em saúde, diagnóstico, tratamento de infecções na gestante, condições assépticas e atendimento especializado durante o parto, continuidade de cuidados à saúde materna e neonatal, como estratégias relevantes na redução da mortalidade neonatal em países com recursos humanos e financeiros limitados como o Brasil.


Palavras-chave:  Sepse neonatal precoce, Fatores de risco maternos, Mortalidade precoce, Assistência pré-natal