Resumo

Introdução: A planta Arctostaphylos uva ursi pertence à família Ericaceae e é popularmente conhecida como antisséptico urinário por suas propriedades anti-inflamatórias e bacteriostáticas. Utilizada na medicina tradicional para o tratamento de cistite, uretrite, disúria e pielonefrite. O objetivo deste estudo foi analisar a atividade antibacteriana (in vitro) do extrato bruto e frações de Arctostaphylos uva ursi contra diferentes espécies de molicutes. Material e Métodos: O extrato foi preparado através de maceração hidroalcoólica (3:1), a partir do vegetal seco e triturado, e concentrado em evaporador rotativo até peso constante. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada usando o método de microdiluição em caldo contra Mycoplasma mycoides subsp. capri (MMC), Mycoplasma genitallium, Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum. O inóculo bacteriano na fase Log de crescimento (100 uL) foi adicionado ao extrato diluído em solução de DMSO 10% em água estéril (100 uL). Os testes foram realizados em placas de 96 poços, incubadas sob condições de microaerofilia a 37oC por 72 h para M. genitallium, e 48 h para as demais espécies. Como controle negativo foi usado meio de cultura sem adição do inóculo, e como controle positivo a bactéria em meio de cultura. O crescimento bacteriano foi verificado pela mudança da coloração do meio devido à presença do indicador vermelho de fenol. A CIM foi determinada como sendo a concentração correspondente a primeira cavidade imediatamente anterior àquele onde foi possível verificar a alteração da coloração. Foi considerado ativo o extrato com valor de CIM < 1000 μg/mL. Resultados: O extrato bruto de Arctostaphylos uva ursi foi considerado ativo com de CIM = 500 μg/mL contra M. genitalium e MMC enquanto que a fração acetato de etila (AcOet) apresentou CIM = 125 μg/mL frente à M. genitalium e MMC, CIM = 250 μg/mL frente à U. urealyticum e CIM = 500 μg/mL frente à M. hominis. Discussão e Conclusões: O extrato bruto e as frações apresentaram atividade antibacteriana, sendo a fração AcOet a mais ativa. Estudos adicionais estão em andamento para identificação dos compostos bioativos e compreensão do potencial desta espécie como alternativa na busca de novas substâncias ou terapia antimicrobiana.