Resumo

INTRODUÇÃO. O complexo enzimático extracelular de fungos ligninolíticos tem atraído interesse acadêmico e industrial devido ao seu potencial de degradação de compostos tóxicos, como os presentes em efluentes têxteis. Os fungos decompositores da madeira classificados como fungos de podridão branca são considerados os microrganismos mais eficientes na biodegradação de poluentes. MATERIAIS E MÉTODOS. Foi utilizado o fungo Lentinula edodes INCQS 40220. Discos de meio de cultura Agar malte com o fungo já crescido por 5 dias foram inoculados em Erlenmeyers contendo caldo extrato de malte, 1 grama de serragem de madeira e solução de corante RBBR com pH 5. Os Erlenmeyers foram incubados a 28ºC sob agitação de 150 rpm, por 40 dias, e as leituras feitas a cada 5 dias. A mensuração da descoloração do meio foi feita pelo monitoramento da absorbância a 565 nm, e a produção de lacase também foi medida em espectrofotômetro, a 420 nm, pela oxidação do ABTS. Alíquotas do sobrenadante filtrado foram adicionadas à uma solução de RBBR, e a absorbância a 600 nm foi monitorada após 10 minutos. Todos os testes foram realizados em 5 repetições. RESULTADOS E DISCUSSÃO. O fungo apresentou produção de lacase durante quase todo o tempo de incubação. A produção máxima da enzima foi observada entre o 20° e 25° dias de incubação. Alíquotas do sobrenadante filtrado, retiradas nesse mesmo período, foram capazes de reduzir a coloração de solução de RBBR em 10 minutos. Comparando estes com resultados prévios realizados sem adição de serragem de madeira, acredita-se que a produção de lacase tenha sido maior devido à presença de substrato que induziu uma maior produção enzimática pelo sistema ligninolítico, já que tais enzimas são produzidas para a degradação da madeira, em condições naturais. CONCLUSÃO. O fungo Lentinula edodes INCQS 40220 tem potencial de uso em sistemas de biorremediação, e a adição de madeira nesses sistemas de tratamento pode auxiliar na remoção de corantes e compostos tóxicos de efluentes de indústrias têxteis. Estudos adicionais estão sendo realizados pelo nosso grupo de pesquisa, para elucidação de mecanismos que possam aprimorar o processos de biodegradação de corantes por fungos. AGRADECIMENTOS. Fapemig e UNIFAL-MG