XXI ALAM
Resumo:543-1


Poster (Painel)
543-1INTERAÇÃO DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Leptospira COM VITRONECTINA HUMANA.
Autores:Lídia dos Santos Miragaia (IBU - Instituto Butantan) ; Denize Monaris (IBU - Instituto Butantan) ; Ludmila Bezerra da Silva (IBU - Instituto Butantan) ; Silvio Arruda Vasconcellos (USP - Universidade de São Paulo) ; Zenáide Maria de Morais (USP - Universidade de São Paulo) ; Patricia Antonia Estima Abreu de Aniz (IBU - Instituto Butantan) ; Angela Silva Barbosa (IBU - Instituto Butantan)

Resumo

Introdução: A leptospirose, zoonose causada por bactérias patogênicas do gênero Leptospira, representa um grave problema de saúde pública nos países tropicais subdesenvolvidos. Os roedores são o principal reservatório urbano da doença. As bactérias entram no hospedeiro por abrasões na pele ou por membranas mucosas e rapidamente se espalham pelo organismo atingindo vários órgãos. A eficiência na colonização apresentada por estes patógenos explica-se pela habilidade que possuem em escapar aos mecanismos de defesa inata do hospedeiro, dentre os quais o sistema complemento e fagocitário. O sistema complemento constitui a primeira linha de defesa do organismo, é precisamente regulado a fim de se evitar uma ativação inadequada com consequentes danos às células do hospedeiro. É composto por mais de 30 proteínas, entre elas a vitronectina, uma glicoproteína presente na circulação e nos tecidos, que possui dentre suas funções regular a via terminal do sistema complemento. Objetivos: Avaliar a capacidade de interação de diferentes cepas de Leptospira (patogênicas e saprófitas) com vitronectina e identificar proteínas de membrana desta bactéria envolvidas nesta interação. Métodos: Leptospiras foram cultivadas a 29ºC, sob condições aeróbicas em meio EMJH. As culturas foram centrifugadas e o sedimento bacteriano foi incubado com soro humano como fonte de vitronectina, ou com esta molécula purificada. Após lavagens, os extratos bacterianos foram submetidos a eletroforese (SDS-PAGE) e transferidos para membranas de nitrocelulose. As membranas foram incubadas com anti-vitronectina humana e com anti-IgG conjugado a peroxidase e a revelação foi feita com ECL. Catorze lipoproteínas recombinantes de Leptospira foram também submetidas a WB com anti-vitronectina. Neste caso, após a transferência, realizou-se incubação das membranas com soro humano (fonte de vitronectina) antes das demais incubações com anticorpos. A interação das proteínas com vitronectina foi confirmada por ELISA, sensibilizando placas com as proteínas recombinantes e incubando-as com vitronectina purificada, seguindo-se as incubações com anticorpos específicos. Resultados e Discussão: Os resultados demonstraram que leptospiras patogênicas e saprófitas interagiram com vitronectina sérica e purificada. Ainda, identificamos cinco proteínas capazes de interagir com esta molécula do hospedeiro. A caracterização funcional dessas proteínas, consideradas bons candidatos vacinais, e a descoberta de novos mecanismos utilizados por esse patógeno para sobreviver no hospedeiro podem auxiliar nossa compreensão no que diz respeito a aspectos relacionados à clínica e à prevenção da leptospirose. Financiamento: FAPESP (2011/07297-3 e 2011/07597-7)


Palavras-chave:  Leptospira, Leptospirose, Vitronectina, Sistema Complemento, Evasão Imune