XXI ALAM
Resumo:532-2


Poster (Painel)
532-2Marcadores genéticos de enteropatogenicidade em amostras de Escherichia coli isoladas de crianças indígenas da etnia Guarani, com e sem diarreia, no sul do estado do Rio de Janeiro
Autores:Carla Verçoza (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) ; André Reynaldo Santos Périssé (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) ; Mônica Aparecida Midolli Vieira (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Diana Marinho (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) ; Bernadeth de Lourdes Von Söhsten (SESAI/MS - Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul) ; Tânia Aparecida Tardelli Gomes (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Adriana Hamond Regua-mangia (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca)

Resumo

Escherichia coli constitui uma importante causa de diarreia em crianças de países em desenvolvimento. Patotipos diarreiogênicos da espécie são diferenciados pelos seus atributos de enterovirulência. Apesar do reconhecido papel na saúde humana, não se têm informações sobre a circulação desses enteropatógenos em comunidades indígenas brasileiras. O objetivo do estudo foi investigar a ocorrência de E. coli diarreiogênica em 314 amostras bacterianas, isoladas de 56 crianças da etnia Guarani, de 0 a 5 anos de idade, com (n= 9) e sem (n= 47) diarreia, moradoras de 5 aldeias indígenas localizadas no sul do estado do Rio de Janeiro. As categorias diarreiogênicas foram classificadas empregando ensaios de PCR e hibridização em colônia. A amplificação dos genes revelou que 43% das amostras do estudo (136/314) eram carreadoras de, pelo menos, uma de 12 sequências investigadas (escV, bfpB, stx1, stx2, elt, estIa, estIb, invE, astA, aggR, pic, uidA). Os genes astA, escV, uidA, aggR, pic, estIb e elt foram detectados em 27% (85/314), 9% (27/314), 6% (18/314), 5% (17/314), 2% (5/314),0,9% (3/314) e 0.9% (3/314) das amostras, respectivamente. As seguintes combinações genéticas foram detectadas: escV/uidA, aggR/astA, aggR/pic, aggR/pic/uidA, estIb/astA, estIb/elt, astA/uidA, pic/uidA. Os ensaios de hibridização para st, lt, eae, bfpA, stx1, stx2, inv e EAEC, detectaram esses marcadores em 8% das amostras (25/314), das quais 64% foram eae+ (16/25), 32% carreadoras da sequência EAEC (8/25) e 4% lt+ (1/25). Os resultados obtidos permitiram identificar os patotipos EPEC atípica (18%,10/56), EAEC (12%, 7/56) e ETEC (3%, 2/56). EPEC atípica foi isolada de crianças de 4 meses a 5 anos de idade, sem diarreia, moradoras das aldeias Sapukai, Mamanguá e Paraty Mirim. EAEC foi isolada de crianças de 17 dias a 5 anos de idade, das aldeias Sapukai, Rio Pequeno e Paraty Mirim, sem (n=6) e com diarreia (n=1), essa última apresentando quadro agudo e febre. ETEC foi isolada de crianças sem diarréia, com 3 anos de idade, moradoras das aldeias Sapukai e Paraty Mirim. Nossos resultados preliminares detectaram amostras diarreiogênicas de E. coli na população em estudo e representaram o primeiro relato sobre a circulação desses enteropatógenos entre crianças de uma ampla faixa etária pertencentes a comunidades indígenas Brasileiras.


Palavras-chave:  Escherichia coli, doença diarreica, população indígena, enterovirulência, Rio de Janeiro