XXI ALAM
Resumo:532-1


Poster (Painel)
532-1Prevalência de amostras de Escherichia coli carreadoras dos genes eae e stx isoladas de bovinos dos estados de Rondônia e do Rio de Janeiro
Autores:Cristiane Mara Silva da Costa (ENSP-FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) ; Bruno Gomes de Castro (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Denis Yukio Otaka (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Alice Gonçalves Martins Gonzales (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Adriana Hamond Regua-mangia (ENSP-FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca)

Resumo

Escherichia coli produtora da toxina Shiga (STEC) é carreadora dos genes stx e eventualmente de outros potenciais atributos de virulência como o gene eae. STEC é agente de diarreia esporádica, surtos e epidemias, podendo ocasionar quadros clínicos graves e complicações sistêmicas. Bovinos constituem seu principal reservatório assumindo papel relevante na infecção dos seres humanos. Características de manejo e idade do animal sugerem conferir fatores de risco para a excreção desses patógenos. O objetivo desse estudo foi avaliar a ocorrência de E. coli carreadora dos genes stx e eae por ensaios de amplificação em amostras fecais de 57 bovinos, com (n= 2) e sem (n= 55) enteropatias, pertencentes a propriedades rurais leiteiras nos estados do Rio de Janeiro e Rondônia. Amostras bacterianas do Rio de Janeiro foram isoladas de bovinos de um mês a nove anos de idade, submetidos à ordenha manual (11/20, 55%) e mecânica (9/20, 45%). No estado de Rondônia, os isolados foram obtidos de bovinos ordenhados manualmente com idade de 4 a 15 anos. Do total de amostras isoladas, 167 eram carreadoras do gene stx (167/301, 55,5%) e 79 do gene eae (79/301, 26,24%). Os genótipos eae+/stx1+/stx2+ (9/136, 6,62%), stx1+/stx2+ (6/136, 4,41%), stx2+ (6/136, 4,41%), eae+ (5/136, 3,68%), stx1+ (1/136, 0,74%), eae+/stx1+ (1/136, 0,74%) e eae+/stx2+ (1/136, 0,74%) foram encontrados nas amostras bacterianas isoladas no Rio de Janeiro (n=136) e os genótipos stx1+/stx2+ (68/165, 41,21%), eae+/stx1+/stx2+ (60/165, 36,36%), stx2+ (12/165, 7,27%), stx1+ (1/165, 0,61%), eae+ (1/165, 0,61%), eae+/stx1+ (1/165, 0,61%), eae+/stx2+ (1/165, 0,61%) nos isolados de Rondônia (n= 165). STEC foi detectada em 45% (9/20) dos bovinos de propriedade rurais no Rio de Janeiro e em 94% (35/37) dos animais de Rondônia. Não foi observada uma relação estreita entre os padrões genéticos com idade ou tipo de ordenha. Foi detectada uma diversidade genotípica e maior prevalência de STEC em Rondônia, possivelmente refletindo condições mais precárias de suas propriedades rurais. O isolamento de STEC de bovinos clinicamente sadios reforça o reconhecimento desses animais como reservatórios assintomáticos. Nossos achados contribuíram para o esclarecimento sobre a epidemiologia das STEC em especial, no estado de Rondônia, onde as informações sobre a circulação deste patógeno ainda são limitadas.


Palavras-chave:  STEC, bovinos, virulência, Rondônia, Rio de Janeiro