Resumo

Atualmente, verifica-se uma demanda crescente para o consumo de hortaliças cruas e as chamadas prontas para consumo ou minimamente processadas. Com isso, existe um aumento na preocupação em relação à qualidade sanitária das mesmas, especialmente naquelas cultivadas pela agricultura orgânica. Assim, vários autores têm se dedicado a pesquisas relacionadas à qualidade microbiológica das hortaliças orgânicas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade higiênico-sanitária de cenoura cultivada no sistema convencional e orgânico. O cultivo de cenoura Daucus carota genótipo 009684 – Brasília (82%) foi conduzido em casa de vegetação na área experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), localizada no município de Alegre – ES, conforme as práticas agronômicas recomendadas para o sistema orgânico em escala comercial. As cenouras foram cultivadas no sistema convencional (T1) e no sistema orgânico, com esterco bovino (T2) e esterco suíno (T3), em quatro repetições. Foram realizadas análises microbiológicas das amostras para a determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais e termotolerantes e contagem padrão de aeróbios mesófilos. Os diferentes adubos utilizados não afetaram significativamente a contagem de micro-organismos aeróbios mesófilos e o NMP de coliformes totais (P>0,05). A contagem média de aeróbios mesófilos nas amostras do T1 foi de 6,2 x 10^³ UFC g^-1, nas do T2 foi de 9,2 x 10^³ UFC g^-1 e, nas do T3, de 5,3 x 10^³ UFC g^-1. Em nenhuma amostra, a contaminação por coliformes termotolerantes foi superior a 10^² g^-1, conforme preconiza a RDC nº 12 de 02 de janeiro de 2001 para hortaliças in natura. Como os três tipos de adubo não exerceram efeitos significativos na carga microbiana da cenoura, pode-se inferir que hortaliças orgânicas, quando produzidas de acordo com práticas agronômicas corretas, são de qualidade microbiológica aceitável.