XXI ALAM
Resumo:519-1


Poster (Painel)
519-1Caracterização genotípica e fenotípica de Escherichia coli enteropatogênica atípica (aEPEC) e E. coli enterohemorrágica (EHEC) isoladas de ovinos
Autores:Fernando Henrique Martins (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Sérgio Paulo Dejato da Rocha (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Jacinta Sanchez Pelayo (UEL - Universidade Estadual de Londrina)

Resumo

Escherichia coli enteropatogênica atípica (aEPEC) e E. coli enterohemorrágica (EHEC) são patógenos humanos que compartilham a habilidade em causar lesão attaching and effacing na mucosa intestinal. Este fenótipo é associado à expressão de genes contidos na ilha de patogenicidade denominada locus of enterocyte effacement. EHEC difere de aEPEC por carregar os genes stx. Tem-se estabelecido uma grande proximidade entre estes patotipos com relação aos perfis de virulência e reservatório animal, sendo que os ruminantes domésticos representam uma importante fonte de aEPEC e EHEC para humanos. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi caracterizar genotípica e fenotipicamente amostras de aEPEC e EHEC isoladas de ovinos. E. coli isoladas a partir de swabs retais coletados de 130 ovinos saudáveis foram previamente caracterizadas como aEPEC (eae+ ⁄bfpA- ⁄stx-) e EHEC (eae+ ⁄stx+) por PCR. Um total de 25 isolados de aEPEC e 14 de EHEC foram investigados quanto à presença dos genes ehx, tirY-P (Tir fosforilado), tirS (não fosforilado), tccp e tccp2 por PCR. A classificação filogenética foi realizada pela pesquisa dos genes chuA, yjaA e do fragmento TspE4.C2 por PCR-triplex. Todos os isolados também foram testados com relação à fermentação de sorbitol (SOR), atividade da enzima β-D-glucuronidase (GUD), produção de hemolisinas e adesão a células HEp-2. A subtipagem dos genes stx por PCR e a produção de efeito citotóxico em células Vero foi realizado apenas com as EHEC. A frequência dos genes ehx, tirY-P, tirS e tccp2 foi de 40, 60, 16, e 16% em aEPEC e de 78, 64, 7 e 28% em EHEC, respectivamente. O gene tccp estava presente em apenas duas aEPEC, não sendo detectado em EHEC. Com exceção de duas aEPEC que foram SOR- ⁄GUD+, todos os outros isolados foram SOR+⁄GUD+. A expressão de enterohemolisina foi verificada em 32 e 66 % das aEPEC e EHEC, respectivamente. Diferentes padrões de adesão foram observados, sendo adesão localizada-like a mais frequente em ambos patotipos. Quanto à filogenia, as aEPEC e EHEC se localizaram principalmente no grupo B1. Todas as EHEC produziram efeito citotóxico em Vero, oito (57%) foram positivas para stx1c e sete (50%) para stx2d. Em conclusão, pode-se afirmar que aEPEC e EHEC isoladas de ovinos correspondem a dois grupos bastante heterogêneos e estudos futuros poderão contribuir para estimar o potencial patogênico destas cepas para humanos.


Palavras-chave:  aEPEC, EHEC, fatores de virulência, ovinos