Resumo

O estado de São Paulo possui uma legislação prevista pelo órgão fiscalizador CETESB, que estabelece a quantidade de bactérias indicada para águas de recreação. Essas concentrações as definem como próprias ou impróprias para o banho nas praias. Porém, não há quantidades impostas para solo ou outros meios de sua proliferação que possam ser usados como controle e padrão de qualidade, além de haver poucos estudos na literatura sobre contaminação de macroalgas. O presente estudo verificou a concentração de bactérias Escherichia coli em macroalgas do gênero Sargassum. As coletas foram realizadas em duas praias de Ubatuba. Na praia da Enseada, apenas uma fronde de Sargassum sp foi coletada do costão rochoso, e na praia do Perequê Mirim duas frondes: a primeira próxima a praia (RP) e a segunda na parte mais afastada da praia (RF), também no costão rochoso, no período de Dezembro de 2011 até Junho de 2012. As amostras coletadas foram devidamente armazenadas e refrigeradas, e posteriormente, encaminhadas para o Laboratório Micromar, na UNESP- Campus - São Vicente. O processamento foi realizado batendo no liquidificador comum 20g de Sargassum sp juntamente com 180mL de água destilada, em seguida, a amostra foi filtrada em malha fina para retirar as partículas sólidas. A amostra foi submetida a técnica de Membrana Filtrante, nas concentrações de 10mL, 25 mL e 50 mL. As culturas foram contadas, a partir de sua confirmação, utilizando o teste bioquímico da Uréia. Pela análise dos dados obtidos durante os 7 meses de coleta, percebeu-se, de maneira geral,que durante os meses de verão os índices de E.coli foram altos, em ambas as praias, e já nos meses de outono e inverno houve uma queda dos índices, também nas duas praias. Como no caso da praia do Perequê Mirim que em Dezembro possuía no ponto RF 0,4x10³ UFC 100g^-1 e em junho, sua taxa foi de 0 UFC 100g^-1 no mesmo ponto; bem como no ponto RP, que em dezembro possuía 1,45x10³ UFC 100g^-1 e em junho houve uma queda para 0 UFC 100g^-1. A Praia da Enseada seguiu o mesmo padrão de queda, de dezembro até maio, porém houve um aumento brusco e inesperado no mês de junho , com 4,9x10³ UFC 100g^-1 no seu ponto único. Esse padrão pode estar relacionada com o aumento do número de turistas que frequentam essas praias nos meses de verão, aumentando assim sua carga bacteriológica.