XXI ALAM
Resumo:451-1


Poster (Painel)
451-1Susceptibilidade de leveduras isoladas de ninhos de Cyphomyrmex transversus(Emery)a antifúngicos
Autores:Lídia de Azevedo Duarte (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho") ; Aline Silva (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Lucimeire de Souza Ramos Lacau (UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) ; Fernando Carlos Pagnocca (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho")

Resumo

A frequência de micoses invasivas causadas por fungos oportunistas, incluindo leveduriformes, vem aumentando significativamente nas últimas décadas e atinge principalmente indivíduos imunocomprometidos. A tribo Attini possui cerca de 230 espécies de formigas e todas possuem o hábito de cultivar e se alimentar de fungos. Algumas espécies cultivam o fungo mutualista numa estrutura esférica (yeast ball), no interior das quais encontram-se células na forma de leveduras, que quando semeadas em meio de cultura se desenvolvem como fungo filamentoso. Este tipo de fungicultura está restrito a algumas espécies do gênero Cyphomyrmex . Neste trabalho, isolamos 30 leveduras das "yeast ball" de oito ninhos de Cyphomyrmex transversus da região de Ilhéus (BA) e analisamos a susceptibilidade aos seguintes antifúngicos: Anfotericina B (AMB), Fluconazol (FCZ), Voriconazol (VCZ) e Itraconazol (ITZ). A caracterização das estirpes foi feita através de métodos morfológicos e moleculares, incluindo-se o sequenciamento dos domínios D1/D2 do rDNA. A avaliação da atividade antifúngica foi realizada através do método de microdiluição, de acordo com a norma M27-A2 (CLSI, 2002). Candida parapsilosis ATCC 22019 e Candida krusei ATCC 6258 foram utilizadas como controle. Os resultados foram interpretados segundo os pontos de corte (breakpoints) aplicados ao gênero Candida. As estirpes foram identificadas como Trichosporon asahii (18), T. coremiiforme (4), Candida carpophila (syn. C. guilliermondii) (4), Galactomyces candidum (3) e Cryptococcus laurentii (1), todas conhecidas por serem patógenos oportunistas. Elas foram sensíveis aos azóis FCZ, VCZ e ITZ, com exceção de G. candidus, cujas estirpes apresentaram sensibilidade dose-dependente a FCZ e ITZ. Também os isolados de C. carpophila demonstraram susceptibilidade dose-dependente ao ITZ. Em relação à AMB, observamos resistência em seis estirpes, distribuídas em três gêneros. Devido à falta de estudos semelhantes, não se conhece até o momento o potencial de disseminação desses micro-organismos pelas formigas, mas considerando-se que seus ninhos podem abrigar estirpes resistentes a alguns dos antifúngicos mais utilizados em casos clínicos, estudos adicionais deveriam ser realizados para ampliarmos o nosso conhecimento em relação a esses fatores.


Palavras-chave:  formigas Attini, antifúngicos, resistência