XXI ALAM
Resumo:443-2


Poster (Painel)
443-2FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DA SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO RELACIONADA ÀS INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS EM PACIENTES DA REDE HOPITALAR
Autores:Ricardo Souza Dias (LACEN-FUNED-LEA - Fundação Ezequiel Dias- Lab. de Enterotoxinas / CEUNIH - Centro Universitário Izabela Hendrix) ; Ana Carolina Cordeiro Soares (LACEN-FUNED-LEA - Fundação Ezequiel Dias- Lab. de Enterotoxinas) ; Jovita Eugênia Gazzinelli Cruz Madeira (LACEN-FUNED-SCB - Fundação Ezequiel Dias- SCB - Lab. de Biologia Molecular) ; Daniela Peralva Lima (LACEN-FUNED-SCB - Fundação Ezequiel Dias- SCB - Lab. de Biologia Molecular) ; Gláucia Celeste de Souza Amâncio (LACEN-FUNED-SCB - Fundação Ezequiel Dias- SCB - Lab. de Biologia Molecular) ; Marluce Aparecida Assunção Oliveira (LACEN-FUNED-DECD - Fundação Ezequiel Dias- DECD-SDBF) ; Carlene de Fátima Morais Alves (LACEN-FUNED-DECD - Fundação Ezequiel Dias- DECD-SDBF) ; Michelle Lara Samuel (LACEN-FUNED-DECD - Fundação Ezequiel Dias- DECD-SDBF)

Resumo

As infecções estafilocócicas estão entre os fatores que predispõe ao desenvolvimento da Síndrome do Choque Tóxico, doença grave de caráter multi-sistêmico. Embora o micro-organismo faça parte da microbiota indígena de seres humanos, devido ao seu caráter oportunista, indivíduos colonizados podem desenvolver uma série de enfermidades. Os fatores de virulência e a elevada resistência a antimicrobianos que algumas linhagens apresentam resultam, muitas vezes, em implicações clínicas graves. A atividade superantigênica apresentada pelas toxinas estafilocócicas, em especial a TSST-1 (Toxina -1 da Síndrome do Choque Tóxico) e as enterotoxinas (SE) podem levar à insuficiência de múltiplos órgãos resultante da ativação maciça do sistema imunológico. No Brasil são poucos os estudos sobre as causas que levam ao desenvolvimento do choque tóxico em pacientes hospitalizados. Nesse sentido, a fim de proporcionar informações que possam subsidiar as medidas e estratégias de tratamento e prevenção do choque tóxico, 22 cepas de Staphylococcus spp isoladas de amostras biológicas (líquor e sangue) de 22 pacientes de ambos os sexos provenientes de 20 municípios mineiros foram analisadas quanto ao perfil de resistência a antimicrobianos e ao potencial toxigênico. As cepas coagulase positivas (n=06) foram identificadas como S. aureus e as coagulase negativas (n=16) como S. epidermidis, S. haemoliticus, S. saprophyticus, S. auriculares, S. warneri, S. cohnii ssp urealyticus (VITEK II). A análise do perfil fenotípico de resistência a 11 antimicrobianos testados revelou que 50% das cepas coagulase positivas eram resistentes a pelo menos 2 antimicrobianos, quanto às cepas coagulase negativas, 25% apresentaram resistência a pelo menos 01 antimicrobiano (VITEK II). O gene MecA, que confere resistência à meticilina, foi detectado (PCR) em 5 cepas, 01 de S. aureus, 01 de S. epidermidis, 01 de S. haemoliticus e 02 coagulase negativa, (espécies não identificadas), todas negativas para a pesquisa de toxinas. Apenas o S. haemoliticus expressou o gene MecA e perfil fenotípico de resistência à meticilina no teste de antibiograma. Quanto à pesquisa de linhagens produtoras de toxina (TSST-1 e SE) (OSP “Optimum Sensivity Plate”) 02 cepas de S. aureus foram positivas para TSST-1, SEA e SED, 02 outras para SED e 01 para TSST-1; dentre as cepas coagulase negativas 01 foi positiva para TSST-1 e outra para SEA. Do total de pacientes envolvidos neste estudo, 31.8% representou um elevado risco de desenvolvimento de choque tóxico o que justifica o monitoramento desses pacientes visando o controle e prevenção de quadros evolutivos de maior gravidade.


Palavras-chave:  Infecções estafilocócicas, Staphylococcus sp, Síndrome do Choque Tóxico, TSST-1