XXI ALAM
Resumo:436-3


Poster (Painel)
436-3Detecção de marcadores fenotípicos de resistência em linhagens da família Enterobacteriaceae isoladas em um hospital terciário
Autores:Daniele Maria Knupp de Souza (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Maria de Lourdes Junqueira (HU/UFJF - Hospital Universitário/Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Thiago Cesar Nascimento (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Vânia Lúcia da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Murilo Gomes Oliveira (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

As enterobactérias são responsáveis por aproximadamente 50% das infecções hospitalares. Neste ambiente, as infecções por este grupo de bactérias assumem grande importância, não apenas pela exacerbação de seus fatores de virulência, mas pela aquisição e transmissão de genes de resistência a várias classes de antimicrobianos. Assim, o presente trabalho tem como objetivos avaliar a resistência aos antimicrobianos e analisar a presença de marcadores de resistência fenotípicos, tais como ESBL, AmpC e carbapenemases em bacilos Gram-negativos da família Enterobacteriaceae isolados no laboratório de microbiologia do Hospital Universitário de Juiz de Fora, como contribuição do laboratório clínico para que a comunidade médica tenha conhecimento das alternativas terapêuticas mais indicadas para o tratamento empírico. No período estudado, de Janeiro de 2006 a Agosto de 2010, 1274 culturas bacterianas positivas foram pertencentes à Família Enterobacteriaceae. As mais prevalentes foram Escherichia coli (44,3%), Klebsiella pneumoniae (24,0%), Enterobacter cloacae (9,8%), Proteus mirabilis (7,8%) e outras (14,1%). Quanto à origem do material, os isolados foram recuperados da urina (55,0%), sangue (9,0%), catéter (8,0%), trato respiratório (7,0%) e outros (21,0%) entre secreções, swabs e líquidos biológicos. Das culturas positivas, 41,3% foram provenientes das enfermarias de Clínica, 26,6% da Cirurgia, 16,6% da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e 12,5% Pediatria. Quanto às alterações fenotípicas de resistência, 29,5% apresentaram ESBL, 8,3% AmpC e 0,4% teste de Hodge positivo, ou seja, produtoras de carbapenemases, sugestivas de serem KPC. Quanto à evolução da resistência, as culturas foram divididas em semestres, bem como as alterações fenotípicas de resistência, e ao longo do período de estudo houve, mesmo que discretos, picos de aumento da resistência, devido ao fato do uso indiscriminado e/ou incorreto de antimicrobianos. A resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos se tornou uma séria ameaça à saúde pública em todo o mundo, transformando-se em um problema crescente tanto nos ambientes hospitalares quanto comunitários, tornando incerta a perspectiva de uso de antimicrobianos no futuro. Espera-se, com esses resultados, suscitar reflexões que permitam implantar medidas de controle para limitar a disseminação de microrganismos resistentes.


Palavras-chave:  AmpC, Carbapenemases, Enterobacterias, ESBL, Infecção Hospitalar