XXI ALAM
Resumo:436-2


Poster (Painel)
436-2Aspectos epidemiológicos e susceptibilidade aos antimicrobianos de linhagens de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina isoladas em um hospital terciário
Autores:Thiago Cesar Nascimento (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Márcia Lucas Araújo (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Pedro Pôssa de Castro (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Marina Barros Campos (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Marina Oliveira Fajardo (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Suzane Fernandes da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Murilo Gomes Oliveira (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Vânia Lúcia da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Cláudio Galuppo Diniz (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Um grande problema hospitalar, desde 1980, é a ocorrência de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (ORSA), pela sua importância como patógeno nosocomial e multirresistência. Neste contexto, nossos objetivos foram avaliar características epidemiológicas e da susceptibilidade a drogas de linhagens de ORSA isoladas de infecções no Hospital Universitário da UFJF, de 2005 a 2010. Os dados foram coletados nos prontuários e nos livros de registro do laboratório de microbiologia. Do total de 107 linhagens, 70% foram de pacientes do sexo masculino. A média de idade foi de 54,3 anos. A maioria das amostras (43%) estava associada a pacientes de unidades de terapia intensiva, além de enfermarias (29%), cirurgia (23,4%), pediatria (3,4%) e unidade de transplante de medula óssea (0,9%). Em relação ao processo infeccioso associado, 27,1% foram de infecções do trato respiratório, 21,5% de feridas, 15% de bacteremias relacionadas a cateter, 3,7% do sistema osteomuscular e do trato urinário, e 1,9% do sistema digestório. Os espécimes clínicos de isolamento foram sangue e secreção traqueal (26%), secreção de ferida (21,5%), ponta de cateter (15,9%), exudatos (8,4%), urina (4,7%) e swab nasal (0,9%). Dos pacientes, 53,2% obtiveram alta, 44% foram à óbito pela infecção e 2,8% foram transferidos. Em relação ao perfil de susceptibilidade às drogas, resistência foi observada à ciproflocaxina (92,5%), clindamicina (89,7%), eritromicina (86,9%), amicacina (73,8%), gentamicina (70%), sulfametoxazol/trimetoprim (63,5%), tetraciclina (60,7%) e cloranfenicol (52,3%). Todas as linhagens foram sensíveis à vancomicina, teicoplanina, linezolida e tigeciclina. Todos os isolados de urina foram, ainda, resistentes à norfloxacina e sensíveis à nitrofurantoína. Esses dados são alarmantes quanto aos níveis de ORSA em áreas críticas e espécimes associados a secreções de trato respiratório, considerando-se, a ocorrência de estafilococos na nasofaringe de portadores sadios. Os altos níveis de resistência a drogas sugere a extensão do fenômeno e reafirma dados da literatura recente sobre o caráter da multirresistência de linhagens de S. aureus resistentes a penicilinas resistentes a penicilinases. Estudos futuros são necessários para melhor caracterização destes microrganismos e sua origem, que suscitem estratégias para tratamento e contenção do espalhamento das infecções associadas.


Palavras-chave:  Aspectos epidemiológicos, Infecções hospitalares, ORSA, Staphylococcus aureus