Resumo

Os membros do gênero Candida são reconhecidos como as leveduras mais usualmente envolvidas na etiologia de infecções micóticas. O tratamento dessas doenças acaba se tornando difícil pelo baixo número de antifúngicos existentes no mercado e pelo surgimento de resistência destes às drogas utilizadas. Já as actinobactérias são conhecidas por produzirem metabólitos secundários com grande potencial antimicrobiano e são responsáveis por aproximadamente 75% dos antimicrobianos hoje disponíveis para consumo humano. Desta forma, este trabalho tem o objetivo de avaliar a atividade antifúngica de 25 isolados de actinobactérias contra diferentes espécies de Candida tais como: Candida albicans , C. glabrata , C. dubliniensis , C. parapsilosis , C. krusei e C. tropicalis de origem clínica. Para a seleção dos isolados de actinobactérias com o melhor potencial de inibição foi realizado o ensaio de dupla-camada em meio agar amido caseína (ACA). Os isolados que mostraram atividade foram submetidos à otimização da produção do(s) composto(s) ativo(s) em sistema de cultura submersa. O cultivo submerso foi realizado nos meios de cultura ISP2, AC e Bennet a 30°C e com rotação constante de 90rpm. A atividade antifúngica foi avaliada a cada 24h durante oito dias. Também foram realizados ensaios com o objetivo de avaliar a influência da temperatura (25°, 30°, 35° e 40ºC) e de diferentes pH (5, 6, 7, 8, 9 e 10) na produção do(s) composto(s) ativo(s). A atividade antifúngica foi observada através do ensaio de difusão em poço, onde foi calculado o índice de antibiose (IA), determinado pela relação halo e D (D= diâmetro do poço), obtida pela equação: média do diâmetro do halo/ média de D. Os isolados R(18)6, 1S e 6(2) demonstraram atividade frente às seis espécies de Candida no ensaio de dupla-camada. No ensaio de difusão em poço, o isolado 1S não demonstrou atividade, o 6(2) mostrou atividade nos meios ISP2 e Bennet, porém apenas frente a C. albicans , C. glabrata e C. tropicalis e o isolado R(18)6 mostrou atividade frente as seis espécies quando crescido no meio AC. A actinobactéria R(18)6 foi testada nas diferentes temperaturas e o melhor resultado foi observado a 30ºC, onde o composto ativo foi produzido depois de 72h. Quanto a influência de diferentes pH, observou-se que no caldo AC não tamponado o isolado produziu o composto mais rapidamente.