Resumo

As infecções fúngicas hospitalares têm aumentado nos últimos anos e dentre os principais agentes encontram-se as leveduras do gênero Candida, responsáveis por elevada morbidade e mortalidade. Apesar da maioria das infecções serem de origem endógena, a aquisição dessas leveduras a partir de fontes exógenas, como superfícies do ambiente hospitalar tem sido relatada. A espécie mais incidente é a C. albicans, porém novas espécies têm emergido e com nível de susceptibilidade aos antifúngicos variável. O objetivo deste trabalho foi conhecer as espécies de Candida responsáveis por infecções hospitalares e as contaminantes de CTIs e Centros Cirúrgicos, bem como o perfil de susceptibilidade ao fluconazol, voriconazol e anfotericina B, drogas muito utilizadas no tratamento das infecções causadas por essas leveduras. Para tal avaliou-se 37 amostras clínicas e 29 de ambiente, que foram isoladas em Agar Sabouraud dextrose com cloranfenicol e em Chromagar Candida e identificadas por métodos fenotípicos. Para avaliação do perfil de susceptibilidade foi utilizado o método de disco difusão segundo o documento do CLSI M44-A. A espécie isolada em 89,19% das amostras clínicas foi Candida albicans, todas sensíveis ao voriconazol e anfotericina B, porém 2(6,45%), apresentaram sensibilidade dose dependente ao fluconazol. A outra espécie encontrada foi Candida tropicalis e todos isolados sensíveis aos 3 antifúngicos testados. Dentre as amostras, 43,24% foram de candidúria e 5,40% de candidemia. Ao avaliar as amostras de superfícies ambientais, observou-se as mesmas espécies tanto em CTI quanto Centro Cirúrgico, porém diferentes das isoladas dos pacientes. Foram identificadas C. parapsilosis, C. glabrata, C. tropicalis e C. albicans que se apresentaram sensíveis aos antifúngicos utilizados, excetuando-se a C. glabrata onde as 8 amostras apresentaram resistência ao fluconazol e/ou voriconazol. Os resultados obtidos demonstram a importância da identificação e determinação do perfil de susceptibilidade para o tratamento adequado da infecção, bem como o monitoramento de superfícies principalmente em áreas críticas hospitalares por serem possíveis fontes de contaminação e com espécies resistentes.