XXI ALAM
Resumo:405-1


Poster (Painel)
405-1Antagonismo de microfungos frente ao fungo cultivado das formigas cortadeiras (Hymenoptera: Formicidae: Attini)
Autores:Isabela Calegari Moia (UNESP - Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro) ; Odair Correa Bueno (UNESP - Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro) ; André Rodrigues (UNESP - Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro)

Resumo

As formigas cortadeiras do gênero Atta e Acromyrmex mantêm um mutualismo com um fungo basidiomiceto, o qual é utilizado como alimento. Além do parceiro fúngico, vários microfungos (fungos filamentosos e leveduras) são encontrados nos ninhos desses insetos. O presente trabalho avaliou as interações dos microfungos frente ao fungo mutualista. Um total de 12 microfungos provenientes de jardins de fungos e solos próximos aos ninhos de várias espécies de formigas cortadeiras foram utilizados em experimentos de co-cultivo in vitro. O fungo mutualista de Atta sexdens rubropilosa (linhagem FF-2006) foi cultivado previamente em meio A suplementado com aveia durante 20 dias a 25 °C e, posteriormente, o micélio foi inoculado no meio PDA a uma distância de 1,5 cm da borda da placa. Após 17 dias de incubação a 25 °C, o micélio do microfungo (previamente cultivado em MA2%, durante 7 dias a 25 °C), foi inoculado no lado oposto da placa também a uma distância de 1,5 cm da borda. As placas contendo os dois fungos foram incubadas durante 14 dias e seis réplicas foram realizadas para cada experimento. O crescimento radial do fungo mutualista (em mm) foi registrado até o 14º dia. Dois controles foram realizados em placas de PDA, um apresentando apenas o fungo mutualista e outro apenas o microfungo. Foram observadas diferenças significativas no crescimento do fungo mutualista na presença dos microfungos, em relação ao controle (Kruskal-Wallis, H=92,95, p<0,0001). Especificamente, os microfungos que inibiram significativamente (Teste de Dunn, p<0,05) o crescimento do fungo mutualista foram: Escovopsis weberi (35% de inibição), Cunninghamella binariae (40%), Trichoderma harzianum SA062 (43%), Trichoderma harzianum AR034 (31%), Trichoderma spirale SA082 (38%), Trichoderma spirale SC069 (42%) e Zygorhyncus moelleri (39%). Os microfungos isolados de jardins de fungos e solos próximos aos ninhos das formigas cortadeiras podem ser considerados antagonistas do fungo mutualista, sendo esse um, dentre os vários papéis, que esses micro-organismos podem desempenhar no mutualismo formiga-fungo. A busca por agentes microbianos de controle biológico é uma alternativa ao uso de inseticidas químicos amplamente utilizados no controle desses insetos pragas. Os resultados do presente estudo sinalizam, portanto, o potencial dos microfungos no combate das formigas cortadeiras.


Palavras-chave:  fungos filamentosos, interação, co-cultivo