XXI ALAM
Resumo:395-3


Poster (Painel)
395-3Cryptococcus humicolus isolado no pré e pós-tratamento antibacteriano contra mastite bovina
Autores:Francisco de Assis Baroni (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Diego Medeiros Lima (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Mário Tatsuo Makita (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Daniel Paiva Barros de Abreu (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Sergio Gaspar de Campos (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Rita de Cassia Campbell Machado Botteon (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

Leveduras podem ser causas de infecção das glândulas mamárias nos animais de produção leiteira, sendo estes casos considerados como emergentes. Ocorrem sob a forma de surtos localizados e/ou pós antibioticoterapia. Candida spp e Cryptococcus spp são os principais envolvidos e, em menor escala, Geotrichum spp, Pichia spp e Trichosporon spp. Em duas propriedades localizadas no município de Resende, RJ, bovinos foram avaliados com relação a mastite clínica bacteriana efetuando-se tratamento. Nesta oportunidade, focamos dois dos casos de mastite clínica, tratados com sulfato de gentamicina 250mg, efetuando-se coleta pré e pós-tratamento. Após correta antissepsia da pele dos tetos e óstio, amostras de leite foram colhidas em frascos estéreis, mantidos sob refrigeração e encaminhadas ao Laboratório de Leveduras Patogênicas e Ambientais – DMIV – IV – UFRRJ onde foram processadas por diluição em tampão salina acrescido de cloranfenicol (200mg/L), semeando-se alíquotas de 1 mL das amostras em meio com dopamina e em Sabouraud dextrose (4%) em triplicata, com incubação dos meios a 26ºC, 32ºC e 37ºC por até 10 dias. Para ambas amostras, das placas com Sabouraud (26ºC e 32ºC) emergiram colônias mucóides, levemente acastanhadas enquanto das placas com meio dopamina (26ºC e a 32ºC) emergiram colônias de cor levemente amarronada, em grande número. Análise micromorfológica evidenciou células variáveis em tamanho e forma (semi-ovais, ovais, semelhantes a gotas e esféricas). Cultivos em “Corn meal Agar®” além destas formas mostraram pequeníssimo número de curtas pseudohifas e de filamentos verdadeiros onduliformes. Auxanograma revelou perfil assimilatório compatível com Cryptococcus humicolus. Provas complementares como crescimento a 37ºC (-), produção de urease (+), síntese de amido (+) e zimograma (-) foram realizadas. Cryptococcus neoformans é a espécie mais freqüente, isolada de casos de mastite clínica e subclínica, seguindo-se alguns relatos de C. laurentii e C. curvatus, mas não existem relatos de isolamento de C. humicolus. Esta espécie pode ser encontrada no ambiente, inclusive junto a vegetais. Por outro lado, as medidas profiláticas adotadas nas fazendas, embora apresentassem algum grau de tecnificação e preocupação com higiene, eram insatisfatórias. Tais aspectos podem justificar o isolamento, se considerarmos que na maioria dos casos de mastites, a ocorrência dá-se por via ascendente, com a penetração dos microrganismos via canal do teto, durante ou entre ordenhas, assim como na administração intramamária de antibióticos.


Palavras-chave:  Bovino, Cryptococcus humicolus, Mastite