XXI ALAM
Resumo:393-2


Poster (Painel)
393-2Leveduras do gênero Malassezia presentes no conduto auditivo externo de cães hígidos
Autores:Daniel Paiva Barros de Abreu (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Mário Tatsuo Makita (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Erica Heleno Electo (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Argemiro Sanavria (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Sergio Gaspar de Campos (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Francisco de Assis Baroni (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

Leveduras do gênero Malassezia fazem parte da microbiota da pele de cães sem promover qualquer tipo de alteração. No entanto, mudanças no microambiente local, como o aumento de umidade, da temperatura e do substrato, podem determinar elevação do número de células, ocorrendo a transição da forma comensal para o parasitismo, culminando em quadro clínico de otite. Na rotina clínica veterinária observa-se a ocorrência frequente de otite fúngica causada por este agente. No presente trabalho objetivou-se determinar o nível percentual de isolamentos, com conseqüente identificação de microrganismos deste gênero obtidos a partir de condutos auditivos de cães de áreas circunvizinhas ao Campus da UFRRJ, Seropédica, RJ. A coleta englobou cães de ambos os sexos, sem especificação de raça, sem sinais clínicos de otite e aparentemente hígidos. Com o auxílio de swab coletou-se material de condutos direito e esquerdo de 50 cães, totalizando 100 amostras. O processamento consistiu em microscopia direta do cerúmen após coloração de Gram e semeadura para isolamento. Das 100 amostras obtidas, provenientes dos 50 animais, verificou-se a presença de leveduras globosas promovendo brotamento monopolar endoblástico característico do gênero em questão em 67 amostras (67%). O isolamento foi realizado por semeadura em Ágar Mycosel acrescido de azeite de oliva (1%), com incubação a 32⁰C e acompanhamento durante 10 dias. Emergiram colônias com características macro e micromorfológicas compatíveis com Malassezia spp em 67 amostras (67%), não sendo todas pareadas com o resultado obtido na microscopia direta. Após a separação destas colônias, iniciamos a identificação, realizando a semeadura das amostras em Ágar Sabouraud sem acréscimo de fontes de ácidos graxos de cadeia longa, para diferenciação da espécie Malassezia pachydermatis. Cita a literatura que a freqüência de isolamento desta espécie na orelha externa de cães com otite é muito variável, com descrições de índices inferiores a 10% a cerca de 80%. Conhecer os índices de freqüência do agente que possam ser considerados normais é importante, uma vez que diferentes fatores predisponentes podem levar a quadros de otites. Concluiu-se que as 67 amostras isoladas pertencem à espécie Malassezia pachydermatis (100%), não tendo sido isoladas, portanto, nenhuma espécie lipodependente. Verificou-se que o exame citológico do cerúmen é útil na determinação do agente, considerando a possibilidade de desenvolvimento de quadros de otites e que a citologia, neste caso específico, apresenta boa concordância com os dados obtidos no isolamento.


Palavras-chave:  Cão, Levedura, Malassezia, Otite