XXI ALAM
Resumo:386-2


Poster (Painel)
386-2Sistema de cultivo para produção de lacase por Pleurotus ostreatus em fermentação semi-sólida usando resíduos do processamento da uva
Autores:Bruno Lopes Soares (UNISANTOS - Universidade Católica de Santos) ; Kátia Maria Gomes Machado (UNISANTOS - Universidade Católica de Santos / IPECI - Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas)

Resumo

Fungos basidiomicetos são capazes de produzir enzimas de interesse comercial, como lacases e peroxidases, aplicadas em diversos ramos industriais (têxtil, alimentício, cosmético, farmacêutico, ambiental), devido à capacidade de degradar a lignina e compostos orgânicos poluentes. Esforços têm sido feitos no sentido de reduzir os custos da produção do sistema ligninolítico. Este trabalho teve como objetivo definir sistema de cultivo para produção de enzimas ligninolíticas por P. ostreatus em processo de fermentação semi-sólida, usando resíduos do processamento do suco de uva. Foram avaliados diferentes resíduos (resíduo final, semente, bagaço), separados ou em misturas, submetidos a tratamento físico ou quimico (trituração, desengorduramento). O resíduo final foi avaliado também com adição de outros resíduos (serragem, farelo de trigo). Foi empregado frasco de 250mL, os resíduos foram umedecidos com solução mineral, a incubação estacionária, 25°C. Em diferentes intervalos de tempo, o conteúdo dos frascos foi extraído e, após homogeneização, filtração e/ou centrifugação, os extratos foram usados para determinar as atividades de lacase e de oxidade do RBBR. Umidade de 60-70% suportou ótimo crescimento. Obteve-se extratos turvos, dificultando a determinação quantitativa das enzimas. Para o resíduo final, nem mesmo a centrifugação (12000g, 60min.) foi suficiente para reduzir totalmente a turvação. Desengorduramento do resíduo final inibiu totalmente o crescimento fungico. Suplementação do resíduo final com serragem ou farelo de trigo propiciou menor turvação. Os sistemas de cultivo propiciaram produção de atividade de lacase, com 2.000 U/L de atividade no resíduo final acrescido de farelo de trigo e 370 U/mL de oxidação do RBBR no sistema com semente. Os resultados obtidos evidenciam o potencial dos resíduos da uva para produção de enzimas ligninolíticas por P. ostreatus. Existe grande interesse no aproveitamento destes resíduos pois, anualmente, são gerados cerca de 35 mil toneladas. Grande parte dele é usada como ração animal, mas esta atividade não absorve todo o resíduo. O uso destes resíduos para o cultivo de basidiomicetos se justifica pela expressiva quantidade de compostos fenólicos, indutores do sistema ligninolítico e envolvidos na estabilidade das enzimas ligninolíticas.


Palavras-chave:  corantes reativos, enzimas ligninolíticas, fungos basidiomicetos, residuos agroindustriais