XXI ALAM
Resumo:375-2


Poster (Painel)
375-2Perfil clonal e fatores de risco para colonização por Staphylococcus aureus em detentos do Centro de Ressocialização de Avaré/SP.
Autores:Camila Sena Martins de Souza (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Claudia de Lima Witzel (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Danilo Flávio Moraes Riboli (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo

Diversos fatores de risco podem influenciar a epidemiologia de Staphylococcus aureus em populações carcerárias, onde a principal preocupação é a disseminação de cepas S. aureus resistentes a meticilina (MRSA). O objetivo do trabalho foi identificar os fatores de risco associados à aquisição de S. aureus, caracterizar a resistência a oxacilina e cefoxitina, detectar o gene de resistência (mecA), caracterizar o SCCmec e realizar a tipagem molecular das cepas de MRSA. Os isolados foram submetidos ao teste de susceptibilidade aos antimicrobianos através da técnica de disco-difusão utilizando os discos de oxacilina (1µg) e cefoxitina (30µg), seguidas da detecção do gene mecA através da reação em cadeia da polimerase (PCR), a identificação do SCCmec pela técnica de PCR multiplex e a caracterização dos clusters de MRSA pela técnica de Pulsed Field Gel Eletrophoresis (PFGE). Na análise multivariada os fatores de risco encontrados para colonização por S. aureus foram homens que fazem sexo com homens ([Odds Ratio]OR 3,20 e p=0,03), doenças de pele (OR 2,21 e p=0,03), drogas inalatórias (OR 2,24 e p=0,03) e doenças pulmonares (OR 6,36 e p=0,03). Ambos portadores de MRSA relataram o uso frequente de álcool e drogas ilícitas. Do total de isolados apenas dois detentos eram carreadores de cepas resistentes a oxacilina e cefoxitina, sendo a resistência confirmada posteriormente com a presença do gene mecA em ambas amostras, nas quais foi identificado o SCCmec tipo IV característico de cepas comunitárias. No entanto, os isolados apresentaram padrões distintos, afastando a possibilidade de transmissão cruzada no presídio, um isolado apresentou 85,7% de similaridade com o clone japonês (JCSC4469). A colonização nasal pelo S. aureus é desprovida de sintomas, ou seja, o individuo não desenvolve infecção. Essa colonização assintomática tem grande importância clínica, uma vez que, o ambiente prisional favorece a transmissão de S. aureus através da partilha de objetos pessoais e concentração de pessoas que podem causar infecções na população carcerária e serem disseminadas para a comunidade.


Palavras-chave:  fatores de risco, perfil clonal, Staphylococcus aureus