XXI ALAM
Resumo:370-1


Poster (Painel)
370-1Tolerância de Pichia stipitis aos compostos tóxicos presentes no hidrolisado celulósico de bagaço de cana durante fermentação alcóolica
Autores:Debora Danielle Virginio da Silva (EEL-USP - Escola de Engenharia de Lorena) ; Priscila Vaz de Arruda (EEL-USP - Escola de Engenharia de Lorena) ; Fernando Miron C. F. Vicente (EEL-USP - Escola de Engenharia de Lorena) ; Pamela Puerta Lopes (EEL-USP - Escola de Engenharia de Lorena) ; Maria das Graças Almeida Felipe (EEL-USP - Escola de Engenharia de Lorena)

Resumo

A obtenção de etanol de 2ª geração a partir de biomassas vegetais vem sendo estudada visando aumentar a produção deste biocombustível. Para o aproveitamento dos açúcares C6 constituintes da fração celulósica destes materiais são necessárias etapas de desconstrução da matriz celulósica que tem sido estudada por via enzimática ou química. No caso da hidrólise ácida, geralmente se emprega H2SO4 resultando em hidrolisado celulósico, sendo necessário seu tratamento para redução da concentração de compostos inibitórios ao metabolismo microbiano, como furfural, hidroximetilfurfural e fenólicos, originados no processo de hidrólise. Assim, é necessário o emprego de micro-organismos não somente bons produtores de etanol, mas capazes de tolerar tóxicos, uma vez que processos de destoxificação podem ser custosos ou mesmo não permitir a remoção de tóxicos em concentrações desejadas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a fermentabilidade do hidrolisado celulósico de bagaço de cana durante o cultivo com Pichia stipitis para produção de etanol. Fermentações foram realizadas empregando-se hidrolisado celulósico de bagaço de cana [(g/L) glicose: 63,0, fenóis: 18,15, hidroximetilfurfural: 0,47 e furfural: 0,03] obtido por hidrólise com H2SO4, hidrolisado submetido ao tratamento de ajuste de pH associado à adsorção em carvão ativado [(g/L) glicose: 60,0, fenóis: 11,04, hidroximetilfurfural: 0,38 e furfural: 0,01] e meio simulando a concentração de açúcar no hidrolisado. Estes foram suplementados com nutrientes, tendo sido empregados frascos Erlenmeyer (50 mL de meio, pH inicial 5,5) a 30 °C, 200 rpm. Verificou-se que quanto ao crescimento celular não foi necessária a etapa de tratamento em função da concentração semelhante em hidrolisado não tratado (11,89 g/L) e em meio simulando este (12,56 g/L). É importante considerar que no hidrolisado não tratado havia alta concentração de fenólicos, considerada inibitória ao metabolismo microbiano. Quanto à fermentação alcoólica, as concentrações de tóxicos presentes no hidrolisado não tratado resultaram em decréscimo de etanol tendo em vista que valores de 16,81g/L e 0,53g/L foram obtidos quando se empregou ou não a etapa de tratamento, respectivamente. Constatou-se ainda o favorecimento (102%) da produção de etanol em hidrolisado tratado em relação ao meio simulando a composição deste, o que sugere que a presença de algum constituinte neste hidrolisado exerça efeito positivo neste bioprocesso.


Palavras-chave:  etanol, hidrolisado celulósico de bagaço de cana, inibidores, Pichia stipitis, tolerância