Resumo

A microbiota intestinal colonizada por micro-organismos probióticos confere ao hospedeiro efeitos benéficos à saúde. Devido a diversos fatores exógenos e endógenos esta microbiota pode ser alterada tornando-se necessária sua reposição. Para que possam exercer suas atividades probióticas é necessário que estes micro-organismos estejam viáveis e em concentrações adequadas. A passagem pelo trato gastrintestinal do hospedeiro representa uma das principais barreiras enfrentadas pelos micro-organismos probióticos devido principalmente às variações de pH e a presença de bile no intestino delgado. Com base no que foi descrito acima, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a resistência de Lactobacillus plantarum imobilizados em alginato de cálcio frente a diferentes valores de pH e concentrações de bile. A cultura de L. plantarum, padronizada em 10¹⁰ UFC/mL, foi imobilizada com alginato de sódio a 2% p/v em solução de cloreto de cálcio 0,2M. Aproximadamente 0,8g das esferas obtidas foram recolhidas e incorporadas ao meio líquido Man Rogosa and Sharpe (MRS) acidificado (pH 2,0; 3,0; 4,0) e ao meio MRS contendo bile bovina (0,25; 0,5; 1,0% p/v). Após quatro horas de exposição, foi avaliada a viabilidade celular a qual foi expressa em Unidade Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/mL). A concentração de células viáveis dos lactobacilos após imobilização foi da ordem de 10⁹ UFC/mL. Esta viabilidade foi mantida após exposição a todas as concentrações de bile bovina e ao pH 3,0 e 4,0. Uma redução de aproximadamente 5 log10 UFC/mL foi observada quando as células imobilizadas foram expostas ao pH 2,0 provavelmente devido a quebra da matriz polimérica pelo excesso de H⁺. A veiculação de bactérias probióticas imobilizadas em cápsulas poliméricas é uma alternativa biotecnológica para manutenção da viabilidade destes micro-organismos frente às barreiras do trato gastrintestinal humano, possibilitando assim, que possam exercer seus efeitos benéficos.