XXI ALAM
Resumo:333-1


Poster (Painel)
333-1PORTADORES DE DOENÇA DE CROHN E RETOCOLITE ULCERATIVA APRESENTAM EXPRESSIVO AUMENTO DA BACTERIOTA FECAL FACULTATIVA E AERÓBIA
Autores:Helton Luís de Souza (UNESP/IBB-DMI - UNESP/Instituto de Biociências de Botucatu) ; Vanessa Rafaela de Carvalho (UNESP/IBB-DMI - UNESP/Instituto de Biociências de Botucatu) ; Fernando Gomes Romeiro ( UNESP/FMB-DCM - UNESP/Faculdade de Medicina de Botucatu) ; Josias Rodrigues (UNESP/IBB-DMI - UNESP/Instituto de Biociências de Botucatu)

Resumo

Introdução: A doença inflamatória intestinal (DII) compreendendo a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCUI), manifesta-se através de lesões na mucosa, tendo possível envolvimento bacteriano. A DC acomete tanto o íleo quanto o cólon através de lesões pontuais na mucosa. A RCUI limita-se ao cólon e reto através de lesões difusas. Este trabalho teve como objetivo contribuir com informações quantitativas sobre a microbiota entérica de portadores de DII na população brasileira. Metodologia: Foram analisadas biópsias do íleo, cólon proximal e distal e fezes. Os pacientes compreenderam 14 controles, 9 portadores de DC e 6 de RCUI. Os materiais clínicos (5 e 10 mg) foram triturados e/ou homogeneizados em salina 0,85% e a suspensão resultante diluída em série. Alíquotas de 100 µl da maior diluição foram semeadas nos meios MacConkey, cromogênico para coliformes, ágar sangue e Wilkins-Chalgren. Este último foi colocado em jarra de anaerobiose. Todos os meios foram incubados a 37ºC e feita quantificação bacteriana após 18-24h. Resultados: Os pacientes estudados apresentaram uma concentração bacteriana (UFC/mg) 13 a 25 vezes superior à observada em controles, em diferentes materiais clínicos. Esta variação foi observada principalmente nas fezes. Enquanto que, para controles, a concentração bacteriana fecal em culturas anaeróbias (em Wilkins-Chalgren) foi de 1,0x106, para portadores de RCUI e de DC foi de 1,6x107 e 1,3x107, respectivamente. No meio ágar sangue, culturas fecais de portadores de RCUI apresentaram 1,0x107 e de controles 6x105. Em portadores de DC, para este meio de cultura e material clínico, a concentração bacteriana foi de 1,5x107 (25 vezes superior a de controles). No entanto, esta maior concentração no ágar sangue foi acompanhada de uma redução de 75% na concentração de coliformes não fecais nestes pacientes. No cólon distal, os valores para controles e portadores de DC foram de 3,3x104 e 4,7x105, respectivamente. Conclusão: Os resultados demonstram que portadores de DII da população brasileira apresentam significativo aumento na concentração de determinados grupos bacterianos que eventualmente é acompanhado da redução de outros. O maior aumento foi observado em culturas em ágar sangue de fezes de portadores de DC. Curiosamente, culturas fecais em meios cromogênicos destes pacientes revelaram uma redução expressiva de coliformes não fecais.


Palavras-chave:  bactérias, colite, crohn, fezes, inflamatória