XXI ALAM
Resumo:321-2


Poster (Painel)
321-2Triagem enzimática de fungos derivados da Antártica
Autores:Mariana Barato (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Vitor Hugo Mallagutti (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Mariana Cristina Jovanelli (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Ifeloju Dayo-owoyemi (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Fernando Carlos Pagnocca (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Lara Sette (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho)

Resumo

Nos últimos anos, tem crescido o interesse por micro-organismos derivados de ambientes extremos, como o ambiente Antártico, pois os mesmos podem representar fontes potenciais de recursos genéticos para aplicação biotecnológica. Enzimas produzidas por fungos filamentosos e leveduras são utilizadas em diversos setores industriais, tais como, a indústria química, alimentícia, de papel, de combustível, entre outras, além de da aplicação ambiental por meio da biodegradação de diversos poluentes. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo principal, avaliar a produção de ligninases, celulases e proteases por fungos filamentosos e xilanases por leveduras, recuperados de amostras marinhas e terrestres da Antártica, visando aplicação em temperaturas baixas e moderadas. Para tanto, 185 fungos filamentosos e 90 leveduras derivadas da Antártica foram reativados em meio PDA e YMA, respectivamente e submetidos a triagens enzimáticas em meio sólido a 15°C. Os resultados foram revelados com base na formação de halo de degradação (proteases, xilanases e celulases) ou presença de coloração (ligninases). Para seleção dos fungos ligninolíticos os mesmos foram cultivados em meio sólido B&K (10,0 g/L glicose, 2,0 g/L peptona, 1,0 g/L extrato de levedura e 20,0 g/L ágar) acrescido de 4mM de guaiacol. Para os celulolíticos, o cultivo foi realizado em meio ágar celulose (AC: 1,0 g/L KH2PO4, 0,5 g/L NaNO3, 0,01 g/L FeSO4.7H2O, 0,5 g/L MgSO4.7H2O, 10 g/L Carboximetilcelulose, 1,0 g/L extrato de levedura, 15 g/L ágar) e após o crescimento o mesmo foi corado com vermelho do Congo 0,1%. Para a avaliação dos fungos proteolíticos foi utilizado o meio sólido Agar Skim Milk (ASM: 20,0 g/L skim milk, 20,0 g/L ágar em tampão fosfato) e para os xilanolíticos o meio ágar xilana (AX: 10 g/L Birchwood xylan (Sigma), 6,7 g/L YNB e 15 g/L ágar). Dentre os fungos filamentosos, 29 foram produtores de enzimas ligninolíticas, 49 de celulases e 19 fungos de proteases. Para as leveduras, 37 foram selecionadas como produtoras de xilanases. Estes resultados demonstram o potencial dos fungos relacionados ao ambiente Antártico para a produção de enzimas de importância industrial e/ou ambiental a baixas temperaturas. As enzimas adaptadas ao frio possuem aplicação na produção de detergentes e sabão em pó; amaciamento e melhoria no sabor de carnes refrigeradas; tratamentos a base de gel para cicatrização da pele; conversão da biomassa lignocelulósica a temperaturas compatíveis com a da fermentação e biorremediação de águas e sedimentos frios impactados com derivados do petróleo. Os fungos selecionados no presente trabalho serão submetidos a experimentos de quantificação das enzimas e os melhores produtores terão os processos de produção otimizados por meio de desenho experimental.


Palavras-chave:  biotecnologia, enzimas, fungos extremófilos, Antártica