XXI ALAM
Resumo:308-1


Poster (Painel)
308-1Participação de Pigmentos de Fungos Demáceios na Fisiopatologia de Doenças Fungicas
Autores:Rubens Ferracini Junior (CBM - Centro Universitário Barão de Mauá) ; Virna Aina Mankievich (CBM - Centro Universitário Barão de Mauá) ; Fernanda Ancona Tardelli (CBM - Centro Universitário Barão de Mauá) ; Aristeu Gomes da Costa (CBM - Centro Universitário Barão de Mauá)

Resumo

Muitos relatos sugerem envolvimento de pigmentos melaninogênicos na fisiopatologia de doenças como a cromomicose, com forte reação inflamatória e fibrose. Isto poderia ocorrer por conta de antígenos particulados e/ou persistentes, componentes somáticos do microrganismo, ou interferindo com atividade imunológica. Assim, este trabalho avalia a influência de pigmentos de fungos demáceos sobre a habilidade de macrófagos murinos em produzir mediadores de atividade microbicida. No estudo, utilizaram-se três espécies de demáceos, Fonsecaea pedrosoi, Cladosporium carrionii e Phialophora verrucosa, obtidas da Micoteca do Laboratório II de Microbiologia do Centro Universitário Barão de Mauá. Cultivadas a 30ºC por 30 dias em Caldo Batata-Dextrose, foram inativadas, filtradas, concentradas e dializadas. Os dializados concentrados foram ressuspensos em solução salina tamponada (PBS), em concentrações de 10 a 1000&mug/mL, para inoculação intraperitoneal (1 mL), em camundongos suíços, machos, 30 dias, mantidos no biotério do Centro Universitário Barão de Mauá, sob dieta padrão e água “ad libitum”, por 72 horas. Foram então sacrificados e realizada a lavagem intraperitoneal. As células obtidas, foram concentradas para 1,5x108 células por mL, e ensaiadas pelas reações de Greiss e de PRS, determinando óxido nítrico (NO) e peróxido de hidrogênio (H2O2) produzidos. Animais não tratados, ou tratados com LPS, foram controles. Com todas as concentrações de pigmentos, houve redução nos níveis de H2O2, e aumento nos níveis de NO. Esse padrão obedeceu uma curva dose-resposta, tanto para produção de H2O2 quanto de NO, mais expressiva com células de animais tratados com pigmentos de F. pedrosoi,seguida por C. carrionii e P. verrucosa. Os ensaios realizados em quintuplicata, e tratados estatísticamente pelo teste T-student. Os resultados obtidos ajudam a hipótese de que pigmentos demáceos estariam relacionados à fisiopatologia de doenças causadas por fungos dematiáceos. Baixos níveis de H2O2, mostram déficit funcional no “burst” respiratório, colaborando na sobrevida de fungos demáceos. Porém, altos níveis de produção de NO não seriam protetivos, já que embora NO tenha atividade microbicida, também modulação negativamente a resposta imunológica. Os eventos somados, estabeleceriam um estado de anergia “relativa” das células expostas aos pigmentos dos fungos dematiáceos.


Palavras-chave:  Antígenos Microbianos, Dematiaceae, Fatores de Virulência, Imunomodulação, Pigmentos Fungicos