XXI ALAM
Resumo:284-1


Poster (Painel)
284-1LACASE DE Trametes villosa NA REDUÇÃO DA TOXICIDADE DO ORGANOFOSFORADO ACEFATO
Autores:Valéria de Lima Jardim (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Mariângela Fontes Santiago (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Alexandre Nunes Ponezi (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Marize Campos Valadares Bozinis (UFG - Universidade Federal de Goiás)

Resumo

O Brasil é um dos países que mais consome agrotóxicos no mundo e seu uso indiscriminado produz consequências graves ao meio ambiente. Dentre os organofosforados mais utilizados encontra-se o Acefato, um inseticida/acaricida cujo modo de ação é por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase. Os fungos de decomposição branca são conhecidos pela sua capacidade de degradar compostos lignocelulósicos na natureza. Das enzimas fúngicas, a Lacase se destaca por apresentar um largo espectro de substratos, o que ambientalmente se reflete em uma vantagem e há muito vem sendo pesquisada devido suas aplicações diversas. Para este trabalho foram determinadas as concentrações de 0.10 e 0.50g.L-1 de Acefato. T. villosa foi submetido a dois experimentos principais: (1) crescimento em meio sólido em três diferentes condições nutricionais (PDA acrescido do agrotóxico), onde foi medida a velocidade de crescimento radial (VCR), e (2) crescimento em meio submerso contendo glicose, carboidrato e água suplementados com o organofosforado, onde foi quantificada a produção enzimática, sendo realizado em duplicata por 25 dias em condição estática e de agitação. O grupo controle dos experimentos foi constituído pelos mesmos componentes à exceção do agrotóxico. Como forma de mensurar a redução da toxicidade do Acefato, desenvolveu-se a partir do teste de colinesterase in vitro, a metodologia de avaliação. O material biológico adotado foi plasma sanguíneo com atividade de Colinesterase dentro dos valores referenciais. T. villosa apresentou desenvolvimento influenciado pela presença do Acefato, principalmente na concentração de 0.50g.L-1. No entanto em baixa condição nutricional a VCR na presença de 0.10g.L-1 de Acefato se mostrou maior que no grupo controle. O mesmo ocorreu no cultivo submerso, onde a lacase produzida na condição estática, que foi cerca de dez vezes maior que na condição de agitação, chegou a 73,55U.mL-1 contra 21,17U.mL-1 do grupo controle. O teste de inibição da enzima colinesterase evidenciou que a amostra de 0.10g.L-1 de Acefato tratada por lacase de T. villosa apresentou duas vezes mais colinesterase do que a amostra sem tratamento, chegando próximo aos valores de referência do método. Desta forma, conclui-se que para o organofosforado Acefato, a lacase produzida por T. villosa se mostra uma excelente ferramenta na remediação de ambientes contaminados.


Palavras-chave:  Colinesterase, Contaminação, Lacase