Resumo

Dentre os subprodutos gerados pelos laticínios o soro de leite é o de maior importância, sobretudo pela sua rica composição, pelo seu volume gerado e pelo seu potencial poluidor que quando descartado de maneira incorreta torna-se um agravante para o meio ambiente devido a sua alta demanda química de oxigênio(DQO)que fica em torno de 50.000-80.000 mg/L. O soro de leite é composto por aproximadamente 4,6% de lactose; 0,8% de proteína; 0,5% de gordura; 0,5-0,8% de matéria mineral e 0,2-0,8% de ácido lático, o que o torna uma fonte rica de nutrientes, podendo ser utilizado em diversos processos fermentativos. Uma alternativa promissora para redução do seu potencial poluidor é o uso de micro-organismos capazes de utilizar a lactose do soro como fonte de carbono,minimizando assim sua carga orgância para o meio ambiente, além de gerar bioprodutos de alto valor comercial. O objetivo do trabalho foi avaliar a redução do potencial poluidor do soro de leite pela fermentação aeróbia e anaeróbia da levedura K. marxianus 229. O soro de leite utilizado foi obtido após a produção de queijo tipo minas frescal, onde a levedura foi inoculada em condições estéreis e posteriormente os meios foram incubados em aerobiose a 37ºC por 48 horas sob uma agitação de 110 rmp e em anaerobiose a 37ºC por 48 horas, sendo que em um intervalo de 6 horas alíquotas dos meios foram retiradas e centrifugadas para realizar análise de DQO e biomassa. A DQO inicial do soro de leite se encontrava a 66.200 mg/L, após 48 horas de fermentação pela levedura K.marxianus 229 em aerobiose a mesma chegou atingir 18.930 mg/L o que representou uma redução de 71,4%, e em condições anaeróbias após 48 horas de fermentação a DQO atingiu 26.280 mg/L, representando uma redução de 60,3%, já em relação a produção de biomassa em condições aeróbias o crescimento máximo ocorreu em 12 horas de fermentação com uma produção de 4,20 g/L, porém em anaerobiose o pico máximo de crescimento foi de 24 horas com 3,44 g/L de biomassa produzida, o que representa uma produtividade de 0,33 g/L.h e 0,10 g/L.h respectivamente. Os melhores resultados obtidos pela fermentação do soro pela levedura K. marxianus 229 foi em aerobiose tanto na redução da DQO quanto na produção de biomassa, concluindo que a fermentação do soro por micro-organismos capazes de assimilar seus nutrientes é uma alternativa eficaz para reduzir seu potencial poluidor no meio ambiente.