Resumo

A cultura de cana-de-açúcar é destaque no cenário agrícola do Brasil, sendo cultivada em vários tipos de ambiente e manejo, sem que tenha sido avaliado o impacto decorrente do manejo na microbiota do solo. O estudo dos diferentes cultivares com tratos culturais diferenciados auxiliam a maximizar a exploração da cultura, indicando práticas mais adequadas, de acordo com as propriedades biológicas do solo. Os micro-organismos são responsáveis por inúmeras reações bioquímicas e desempenham papel fundamental na gênese do solo e ainda atuam como reguladores de nutrientes. No solo os fungos são encontrados com variação entre 104 a 106 UFC/g de solo, e predominam em solos ácidos onde sofrem menor competição, embora possam ser encontrados em solos com pH variando de 3,0 a 9,0. O fipronil sofre degradação lenta em água e sedimentos em condições anaeróbias, com tempo de meia-vida variando entre 116 e 130 dias. Em condições aeróbias degrada-se lentamente mediante oxidação, redução e hidrólise. Quando exposto a luz, o composto sofre fotodegradação e sua meia vida é de 3,6 horas em água e 34 dias em solo argiloso. A pesquisa foi realizada em uma área experimental de 2500 m2, cultivada com cana-de-açúcar, localizada na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados/MS. O solo da área é classificado como latossolo vermelho disférrico argiloso. As amostras de solo coletadas foram colocadas em sacos plásticos estéreis e escuros. A microbiota ativa do solo em forma de unidades formadoras de colônias (UFC/ml) foi avaliada pela técnica de plaqueamento em superfície, em triplicata, utilizando meio específico de Martim, para crescimento. 10g das amostras foram misturadas, peneiradas e utilizadas, a qual foi triturada em graal esterilizado. Em seguida, juntou-se solução salina esterilizada até o volume de 50 mL. Após, foi feita diluição serial decimal, em salina, até 10-9. A quantidade de fungos filamentosos determinados na primeira coleta após aplicação do fipronil apresentou variação significativa entre as coletas. E entre as interações não houve diferença significativa (F= 0,791; gl= 3; p= 0,398). Os resultados confirmam discreto aumento na quantidade total de fungos no solo rizosférico. Entre as demais coletas, após aplicação de fipronil não sofreram diferença significativa (F= 0,589; gl= 2; p= 0,426), indicando que ocorreu ligeiro aumento na quantidade total de fungos no solo, apesar dos valores não serem considerados estatisticamente diferentes. Após o desenvolvimento desta pesquisa e a comparação com os dados encontrados na literatura científica a respeito de quantificação de fungos filamentosos, pode-se concluir que há necessidade de maior investigação sobre o comportamento da microbiota solo.