XXI ALAM
Resumo:219-2


Poster (Painel)
219-2DIVERSIDADE DE BACTÉRIAS DEGRADADORAS DE ESTROGÊNIOS E LIPÍDEOS ISOLADAS DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Autores:Caren Leite Spindola Vilela (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Adriana Lopes dos Santos (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Fernanda Dall'ara Azevedo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Kátia Araujo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Melissa Limoeiro Gutarra (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Raquel Silva Peixoto (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.) ; Alexandre Soares Rosado (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro.)

Resumo

As estações de tratamento de efluentes (ETEs) objetivam a redução da carga contaminante das águas residuais, de modo que o efluente final retorne para o corpo d’água, sem provocar poluição do meio e riscos à saúde do homem e animais. Porém, muitas ETEs apresentam compostos residuais como estrogênios, que atuam no sistema endócrino de animais e humanos, causando problemas como a feminilização de animais e infertilidade masculina. Outro problema é a presença de lipídeos no ambiente, que pode causar a morte de animais aquáticos, e nas ETEs, que pode comprometer a eficiência das mesmas. A atividade emulsificante de bactérias é de grande importância para auxiliar a remoção dos lipídeos, já que esta dispersa e emulsifica óleos, tornando-os disponíveis para o metabolismo microbiano. Neste trabalho 40 estirpes bacterianas foram isoladas do CESA-UFRJ (Centro Experimental de Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e caracterizadas quanto à diversidade genética, capacidade de degradar estrogênios, lipídeos e atividade bioemulsificante. A partir do sequenciamento do gene rrs dos 40 isolados bacterianos, observou-se a presença dos filos Proteobacteria (85%) e Firmicutes (15%), com a predominância do primeiro, com um total de 34 isolados representando este filo. Dentro destes filos, foram detectados 17 gêneros bacterianos, destacando-se Pseudomonas, Bacillus, Aeromonas, Acinetobacter e Enterobacter, que apresentaram um maior número de representantes. Dentre os 40 isolados bacterianos, 24 (60%) foram capazes de utilizar os quatro estrogênios testados neste trabalho como fonte de carbono e energia, todos pertencentes aos gêneros Enterobacter, Pseudomonas, Aeromonas, Acinetobacter, Bacillus, Ochrobactrum, Citrobacter, Castellaniella, Paracoccus e Acidovorax; 3 apresentaram 100% de índice de emulsificação do óleo diesel, sendo eles pertencentes aos gêneros Pseudomonas, Bacillus e Klebsiella e 2 pertencentes ao gênero Bacillus, apresentaram capacidade de hidrolisar lipídeos, apresentando o índice de hidrólise do lipídeo igual a 1,275 e 1,2. A atividade lipásica dos isolados foi quantificada, sendo igual a 239 U/L e 210 U/L, respectivamente para os isolados 74 e 78, ambos pertencentes ao gênero Bacillus. Esses resultados revelaram uma grande diversidade de isolados com elevado potencial de degradação de estrogênios, lipídeos e capacidade de emulsificação, sugerindo que estes podem ser usados como um consórcio bacteriano para a biorremediação, com o objetivo de minimizar ou até mesmo eliminar os problemas gerados pela presença de estrogênios e lipídeos no ambiente.


Palavras-chave:  Degradação, Estrogênios, Lipídeos, Tratamento de Efluentes, Biorremediação