Resumo

Lipases (E.C. 3.1.1.3) pertencem a uma classe especial de enzimas esterases que catalisam tanto reações de hidrólise quanto reações de síntese de ésteres de glicerol e ácidos graxos de cadeia longas e são utilizadas pelas indústrias alimentícia, farmacêutica, de detergentes, têxtil, de cosméticos, laticínios, tratamento de resíduos industriais e também na área de bioenergética. A maior parte dos micro-organismos possuem enzimas extracelulares. Um exemplo dessas enzimas são as lipases, muito utilizadas industrialmente, por possuírem maior estabilidade e propriedades mais diversificadas que as demais lipases provindas de outras fontes, além de exigir mecanismos mais simples de extração, isolamento e purificação. Buscando um meio de cultivo produtivo e economicamente viável, o presente trabalho estuda o efeito da adição de diferentes fontes de carbono como óleo de oliva, milho, soja, crambe, glicerol e gordura de frango na produção de lipase pela bactéria Burkolderia lata. A avaliação foi realizada a partir da adição de diferentes óleos vegetais e gordura animal na produção de lipase pela bactéria, na proporção de 1% (v/v): óleo de oliva, milho, soja, crambe, gordura de frango e glicerol. Verificou-se maior atividade lipolítica no meio contendo óleo de milho (515,96 U/mL), seguido dos óleos de oliva (430,66 U/mL) e soja (350,31 U/mL). Resíduos industriais, como óleo de frango (323,15 U/mL), se mostraram fontes interessantes para obtenção de lipase. A atividade específica obtida para estes óleos foi alta, sendo 2583,70 para o óleo de milho, 2511,17 para o óleo de oliva, 1779,38 para soja e 1597 para o óleo de frango. Os resultados indicam que o óleo de oliva, usado como indutor de lipases, pode ser substituido por um óleo de menor custo, como o obtido a partir do milho. Estudos posteriores serão realizados para otimização da produção de lipase por B. lata.