Resumo

A incidência de sobrepeso e obesidade vem aumentando em todo o mundo sendo considerado, em países desenvolvidos, um problema de saúde pública. A fim de reduzir o peso, as pessoas têm utilizado fitoterápicos como coadjuvante nas dietas alimentares, sem prescrição médica e avaliação nutricional. A Organização Mundial da Saúde estima que 80% da população deste planeta, de algum modo, utilizam plantas medicinais como medicamentos, mas falta literatura comprovando a qualidade microbiológica das mesmas. Devido à grande diversidade de marcas comercializadas em diferentes estabelecimentos assim como diferentes procedimentos de higienização, armazenamento e preparação do produto, este trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica de três amostras (A, B e C) de marcas distintas de ervas fitoterápicas denominadas “30 ervas”, comercializadas no município de Itu – SP. A análise consistiu na contagem total de bactérias aeróbias mesófilas, bolores e leveduras e enterobactérias das amostras das ervas desidratadas de dois lotes distintos, totalizando seis amostras, e após as mesmas terem sido submetidas ao processo de infusão, seguindo as orientações do fabricante, e processadas microbiologicamente após atingir a temperatura de 40°C. Os resultados demonstraram que 100% das amostras (n = 6) de ervas avaliadas apresentaram algum tipo de contaminação ultrapassando o limite permitido pela Farmacopeia Brasileira e pela OMS, sendo consideradas impróprias para consumo. A amostra C foi a que apresentou os valores mais altos de contaminação microbiana, sendo 1,4 x 10⁵ UFC /g de bactérias aeróbias mesófilas, 1,5 x 10⁵ UFC/g de bolores e leveduras e 1,6 x 10⁵ UFC/g de Enterobactérias. Destaca-se também que o processo de infusão somente foi suficiente para eliminar as enterobactérias e reduzir os demais micro-organismos para os limites aceitáveis, com exceção do lote C. Os resultados mostraram que as amostras de ervas fitoterápicas, utilizadas em dietas para redução de peso, avaliadas estão sob condições higiênicas sanitárias inadequadas, evidenciando a necessidade de melhor controle na sua manipulação, armazenamento e comercialização para a segurança do consumidor, que ao ingerir esse produto contendo contaminação microbiana pode apresentar problemas gastrintestinais levando a redução do peso.