Resumo

Nos últimos anos, inúmeros fármacos beta-lactâmicos foram desenvolvidos com o propósito principal de possuírem resistência à ação hidrolítica das enzimas beta-lactamases. Infelizmente, a utilização inadequada favoreceram a seleção de bactérias produtoras de ESBLs. São produzidas, principalmente, por Klebsiella sp. e Escherichia coli e a prevalência crescente destas amostras, tem sido mencionadas principalmente em hospitais e, em menor escala nas análises ambulatoriais, representando um impacto significativo na prescrição de antimicrobianos. Foram analisados diversos exames de urocultura em um laboratório da rede privada de João Pessoa/PB, entretanto as análises de interesse para esse estudo foram aquelas que apresentaram resultado positivo para a bactéria Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. As amostras positivas foram devidamente identificadas através da realização de provas bioquímicas e, após a confirmação do tipo de bactéria, submetidas ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos pelo setor de bacteriologia do laboratório de análises clínicas, no período de janeiro de 2011 a junho de 2011. Utilizamos nesta pesquisa a detecção de ESBL pelo teste de aproximação de discos padronizados segundo o CLSI. Após a análise dos dados encontramos uma elevada positividade nas uroculturas de amostras comunitárias e, consequentemente, algumas amostras positivas apresentaram beta-lactamases de espectro ampliado (ESBLs). Entre as 331 amostras coletadas em seis meses no Laboratório de Análises Clínicas em João Pessoa –PB, 190 foram uroculturas positivas. Entre estas 190 amostras positivas, 8 apresentaram ESBL. Atualmente podemos notar um crescimento na detecção da enzima ESBL em pacientes oriundos da comunidade, tornando um quadro preocupante, pois este tipo de resistência além da facilidade de disseminação para outras amostras bacterianas sensíveis restringe as opções de tratamento, podendo levar a falha terapêutica e até mesmo ao óbito. O notório aumento no aparecimento das ESBL em ambiente comunitário, é devida em grande parte, à pressão seletiva sofrida pela utilização indiscriminada de cefalosporinas. Os índices de ESBL encontrados confirmam a preocupação mundial com este mecanismo de resistência.