XXI ALAM
Resumo:106-1


Poster (Painel)
106-1Perfil de suscetibilidade antimicrobiana de cepas de Salmonella spp. isoladas de alimentos e espécimes clínicas
Autores:Andrea Lobo Miranda (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Alaíse Gil Guimarães (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Joice Neves Reis Pedreira (UFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo

Os alimentos contaminados com bactérias patogênicas, como Salmonella spp., representam um problema significativo para a saúde pública, sendo este o agente biológico mais prevalente em surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) registrados no Brasil. O uso indiscriminado de antibióticos e de outros agentes químicos na criação de animais, produção agrícola e nas indústrias de alimentos induz a resistência de microrganismos patogênicos. Assim, os surtos de DTA sugerem a possibilidade de transmissão de eventuais linhagens resistentes através da cadeia alimentar por meio do processo de transferência dos genes, responsáveis pela resistência antimicrobiana e capazes de interferir no tratamento de enfermidades. Com isso, o objetivo desse trabalho foi determinar o perfil de resistência aos antimicrobianos testados em Salmonella spp. isoladas de alimentos e espécimes clínicas. Testou-se 12 antimicrobianos conforme o protocolo padrão de disco difusão em ágar do Clinical and Laboratory Standard Institute. Foram analisados 94 isolados de Salmonella, sendo 41 provenientes de alimentos e 53 de espécimes clínicas, onde 62% dos isolados avaliados apresentaram suscetibilidade a todos os antimicrobianos testados, 1% apresentou suscetibilidade intermediária e 37% foram resistentes a pelo menos um antibiótico. O percentual de resistência dos isolados de alimentos (37%) foi próximo ao dos clínicos (38%), sendo identificados doze perfis de resistência a antimicrobianos. O ácido nalidíxico e a tetraciclina foram os antibióticos sobre os quais os isolados apresentaram maior resistência. A maioria das cepas resistentes isoladas de alimentos foram aquelas de origem animal, confirmando essa tendência. Dos isolados resistentes provenientes de alimentos, 27% (4/15) apresentaram perfil de multi-resistência, enquanto que para os de espécimes clínicas esse percentual foi de 65% (13/20). Dessas, 25% (1/4) das cepas de alimentos e 38% (5/13) dos isolados clínicos foram resistentes a seis antimicrobianos. Assim, constata-se a importância da obtenção desses dados, uma vez que a prevalência de microrganismos patogênicos resistentes representa um problema significativo para a saúde pública, no controle e prevenção de surtos de DTA. Os autores do presente trabalho agradecem à FAPESB, CNPQ e MS pelo financiamento do projeto.


Palavras-chave:  Antibióticos, DTA, Multi-resistência, Saúde Pública, Tetraciclina