Resumo

O ergosterol, constituinte lipídico da membrana celular de diversos cogumelos, consiste em um esterol com diversas propriedades medicinais, tais como atividades imunomodulatórias, anticancerígenas, anti-inflamatória, e ainda, efeitos positivos sobre hipoglicemia e funções cardíacas. A produção desse composto bioativo pode ser realizada através de fermentação no estado sólido ou fermentação submersa em condições laboratoriais. Para analisar a produção de ergosterol ao longo do tempo foi realizada uma cinética de crescimento de Agaricus brasiliensis em resíduo lignocelulósico. A cepa de A. brasiliensis foi cultivada em meio padrão contendo glicose, extrato de levedura e sais (pH 6.0) a 30º C e 120 rpm durante sete dias. O microrganismo foi inoculado em substrato sólido de bagaço de maçã, com pH e umidade previamente ajustados, e o processo fermentativo ocorreu por 60 dias, sendo retirada uma amostra a cada cinco dias para realizar a cinética de produção da molécula. A extração do ergosterol foi realizada após maceração do fermentado, posteriormente submetido à lise da membrana celular, seguido de três lavagens com hidrocarboneto para coleta da molécula. A quantificação foi realizada em espectrofotômetro (281 nm). A dosagem de ergosterol ao longo do tempo revelou o pico de produção da molécula no 25º dia de cultivo com 4,14 mg/g BS (base seca), se mantendo estável até o 35º dia de cultivo e decrescendo após esse ponto. Como o ergosterol também é utilizado como medida indireta de crescimento fúngico, é possível que mesmo com todo o substrato visualmente colonizado, o crescimento do microrganismo se manteve estável e iniciou uma fase de declínio para a produção dos primórdios de frutificação. A cinética da produção de ergosterol proporcionou verificar o pico de produção da molécula, possibilitando novos estudos sobre as otimizações físico-químicas frente a este dia de cultivo.