27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1465-2


Poster (Painel)
1465-2Vacinação com micobactéria de crescimento rápido induz neutrofilia e necrose local que não estão associadas as citocinas IL-17 ou IL-22.
Autores:De Oliveira, F.M. (IPTSP-UFG - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública- UFG) ; Trentini, M.M. (IPTSP-UFG - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública- UFG) ; Carmago, J.M. (IPTSP-UFG - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública- UFG) ; Kipnis, A. (IPTSP-UFG - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública- UFG) ; Junqueira-Kipnis, A.P. (IPTSP-UFG - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública- UFG)

Resumo

Introdução: Micobactérias de crescimento lento tem sido extensamente utilizadas como vetores de vacinas, no entanto os mecanismos imunes utilizados por estas bactérias que facilitariam a indução de resposta imune protetora ainda não foram completamente elucidados. Recentemente foi demonstrado que constituintes da parede de M. smegmatis podem estar envolvidos na indução de apoptose e de citocinas pro-inflamatórias que diferem das micobactérias patogênicas. Até o momento nenhum trabalho in vivo demonstrou estas atividades, logo o objetivo deste trabalho foi avaliar se uma vacina construída de M. smegmatis recombinante era capaz de induzir lesões inflamatórias. Neste estudo, avaliou-se microscopicamente as lesões produzidas pela imunização subcutânea com M. smegmatis mc2 155 e M. smegmatis mc2-CMX em camundongos. Materiais e métodos: Grupos de camundongos C57BL/6, IL-22KO e IL-17KO foram imunizados por via subcutânea com mc2 e mc2-CMX em dois momentos com intervalo de quinze dias. Duas semanas após a última imunização, os camundongos foram eutanasiados e as lesões formadas no local das imunizações foram coletadas. Estas foram fixadas com formol 10% tamponado, incluídas em parafina, seccionadas e coradas pelo método de hematoxilina e eosina (HE). Discussão dos resultados: A imunização tanto com mc2 quanto com mc2-CMX em camundongos não induziram lesões diferentes nos camundongos imunizados, mas diferenças foram observadas entre as linhagens de camundongos. Em C57BL/6, a vacina induziu a formação de abcesso com neutrofilia periférica, delimitação por fibroblastos e necrose central, poucos macrófagos encontravam-se associados a lesão. Para verificar se a citocina pro-inflamatória IL-22 estava envolvida neste processo, avaliou-se as lesões induzidas em camundongos IL-22 KO, observou-se que as lesões eram maiores com áreas necróticas mais acentuadas. IL-17 esta associada a ativação e quimiotaxia de neutrófilos, por isso camundongos IL-17KO foram avaliados. Nestes animais a vacinação induziu lesão inflamatória com centro necrótico com pouca migração de neutrófilos, e células mononucleares infiltrando todo o tecido circunjacente. Quando comparadas as lesões dos camundongos C57BL/6 e IL-22KO estas lesões eram menores. A falta de envolvimento de macrófagos nestas lesões, talvez esteja associada a capacidade da bactéria de induzir apoptose/necrose no local da inoculação favorecendo a ativação do Sistema Completo e geração de C5a, o que recrutaria os neutrófilos ao local da lesão, exacerbando ainda mais a necrose observada. Conclusão: A vacina mc2 induz a formação de abcesso no local da imunização, a infiltração neutrofílica e a necrose induzida são independentes das citocinas pró- inflamatórias IL-17 e IL-22.