27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:945-1


Poster (Painel)
945-1Dados preliminares incluem VISA e h-VISA em diversidade clonal de MRSA colonizando pacientes HIV positivos
Autores:Okado, J. (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos - Universidade de São Paul) ; Gir, E. (EERP/USP - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/ USP) ; Camargo, I. L. B. C. (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos - Universidade de São Paul)

Resumo

Portadores de HIV possuem maior risco de colonização por MRSA (S. aureus resistentes à meticilina) e em geral apresentam SCCmec tipo IV. O gene da leucocidina Panton Valentine (PVL) é mais frequente nas amostras destes pacientes que nas da maioria da população. MRSA são relacionados a perfis de multiresistência e causadores de infecções nosocomiais. No período de agosto de 2011 a dezembro de 2012, 42 amostras de MRSA foram isoladas de saliva e/ou narina de pacientes HIV-positivos, no primeiro e sétimo dia de internação, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. As concentrações inibitórias mínimas (CIM) de vancomicina, tigeciclina, daptomicina e linezolida foram determinadas por microdiluição segundo CLSI e os valores de CIM50 e CIM90 calculados. O ponto de corte usado para tigeciclina foi o estabelecido pelo EUCAST; para as outras drogas seguiu-se o CLSI. Foi feita a triagem para presença de h-VISA e determinados os tipos de SCCmec das amostras, bem como foi investigada a presença do gene da PVL. A amostra 80, isolada de saliva, apresentou CIM igual a 4 µg/mL em 48h e, por Etest, CIM igual a 3 µg/mL, em 24h. A amostra 176 nasal apresentou perfil de hetero-VISA com CIM de vancomicina igual a 2 µg/mL em 24h e 4 µg/mL em 48h e foi positiva pelo teste de triagem, apresentando colônias com morfologia heterogênea. Estas amostras foram submetidas à análise de população. Outras quatro amostras sensíveis à vancomicina cresceram na triagem, sugerindo presença de uma subpopulação h-VISA e também foram submetidas à análise de população. Todas as amostras foram sensíveis a outras drogas. Neste estudo houve prevalência dos SCCmec III (19%), êndemico no Brasil, e IV (19%), relacionado na literatura com pacientes HIV positivos. Do restante, 12%, 4,7% e 2,4% foram SCCmec V, II e I, respectivamente. Não foi possível tipar o elemento de 35,7% das amostras por este método. Apenas a amostra 199 nasal, com SCCmec IV, apresentou o gene da PVL, representando 2,5% do total. Analisamos o DNA genômico por PFGE e estudamos a similaridade das amostras, traçando um dendrograma, no qual 18 pulsotipos foram encontrados. Não foi possível observar uma relação entre os dias ou sítios de coleta e pulsotipos encontrados, indicando que neste hospital não há uma disseminação entre os pacientes ou aquisição de uma linhagem prevalente no ambiente hospitalar. A variedade de pulsotipos pode ser explicada pela colonização prévia diversificada dos pacientes.