27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:195-2


Prêmio
195-2Correlação entre grupos filogenéticos e fatores de virulência em amostras de APEC (avian pathogenic Escherichia coli) isoladas de aves com doença respiratória.
Autores:CUNHA, M.P.V. (FMVZ-USP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; OLIVEIRA, M.G.X. (UNIFMU - Faculdade de Medicina Veterinária) ; OLIVEIRA, M.C.V. (UNIFMU - Faculdade de Medicina Veterinária) ; MORENO, A.M. (FMVZ-USP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; FERREIRA, A.J.P. (FMVZ-USP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; KNÖBL, T. (FMVZ-USP - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)

Resumo

Escherichia coli patogênica para aves (APEC) é um subgrupo das ExPEC (Escherichia coli patogênica extra-intestinal) e agente etiológico da colibacilose aviária, doença de distribuição mundial e com grande importância econômica, devido ao impacto na cadeia de produção de aves. As APECs exibem considerável diversidade genômica e uma ampla gama de fatores de virulência, o que lhes permitem causar infecção em diferentes sítios anatômicos. A combinação de alguns genes de virulência tem sido correlacionada com a virulência da amostra. Estudos filogenéticos com base na coleção de referência de E. coli (EcoR) demonstraram que cepas uropatogênicas (UPEC) e causadoras de meningite neonatal (NMEC) de origem humanas pertencem com mais frequência ao grupo filogenético B2, ocasionalmente ao D, mas raramente aos grupos A e B1. O objetivo deste trabalho foi investigar a distribuição de dez genes de virulência (astA, vat, irp2, cvi/cva, neuS, iroN, iss, papC, iucD e tsh) em cepas isoladas de doença respiratória em perus e correlacionar com os grupos filogenéticos A, B1, B2 e D. Foram analisadas 227 cepas isoladas de sacos aéreos de perus comerciais. Os fatores de virulência e a análise filogenética foram realizados pela reação em cadeia pela ação da polimerase (PCR). A distribuição das amostras em cada grupo filogenético foi: 17,1% (39/227) no grupo A, 28,6% (65/227) no grupo B1, 48,4% (112/227) no grupo B2 e 4,8 (11/227) no grupo D. O número médio de fatores de virulência por cepa foi 5. Analisando cada grupo separadamente, o número médio de fatores de virulência por cepa foi 4 para os grupos A, B1 e D. Já as amostras classificadas no grupo B2 apresentaram em média 6 fatores de virulência por cepa. A prevalência do gene marcador da cápsula K1 (neuS) foi de 19,3% (44/227), sendo que 43 cepas positivas para neuS pertenciam ao grupo B2. Todas as cepas que apresentaram entre 8 e 10 fatores de virulência foram classificadas no grupo B2. O gene que codifica a toxina vacuolizante (vat) teve prevalência entre 1,5% e 18% nos grupos A, B1 e D; a prevalência de vat no grupo B2 foi de 46,5%. A análise genotípica e filogenética demonstrou uma heterogeneidade genética em relação ao repertório de virulência das cepas pesquisadas. Esses resultados mostram que tanto a caracterização filogenética quanto a genotipagem de virulência contribuem para a identificação de cepas virulentas e podem ser utilizadas como ferramentas de diagnóstico, tratamento e controle da colibacilose aviária.