ANÁLISE MICROBIOLOGICAMENTE DE COUVE MANTEIGA MINIMAMENTE PROCESSADA COMERCIALIZADA NO MUNICÍPIO DE SOROCABA, SÃO PAULO.

Tânia Patrocínia da Silva (PUC-SP); Marcela Pellegrini Peçanha (PUC-SP); Amantina Aparecida Costa (PUC-SP); Angela Maria Carrocci (PUC-SP)

O processamento mínimo tem sido descrito como a manipulação, o preparo, embalagem e a distribuição de produtos agrícolas, através de procedimentos como seleção, limpeza, lavagem, descascamento e corte, associados a métodos de conservação não definitivos. O objetivo principal deste trabalho foi analisar a qualidade microbiológica de amostras de couve manteiga minimamente processadas comercializadas no município de Sorocaba, através da verificação de bactérias patogênicas e/ou deteriorantes. Foram analisadas amostras de couve de dois fabricantes, comercializadas em uma rede de hipermercados, em Sorocaba. No laboratório da PUC-SP foram analisadas 10 amostras da marca 1 e 10 da marca 2, atingindo um total de 20 amostras, adquiridas em abril, maio e junho de 2009. O procedimento ocorreu com a lavagem de 50 g de couve em 450 ml de solução salina estéril 0,9% e semeado em Ágar Sangue e em Ágar MacConkey, incubadas por 24 horas a 35 ºC +- 1 ºC, as bactérias isoladas foram identificadas.  Para análise dos resultados foram aplicados os testes estatísticos G de Cochran, em separado para as marcas 1 e 2 e o teste exato de Fischer, sendo fixado o nível de significância em 0,05 ou 5%. Após as análises, obteve-se a presença de 13 espécies de bactérias.     A ocorrência de  Staphylococcus aureus na marca 1 (100%)  foi significantemente maior do que na marca 2 (60%), p = 0,0433.      A presença de S. aureus nos alimentos é uma indicação de perigo potencial à saúde pública devido às diversas enterotoxinas que a bactéria pode produzir, bem como à sanificação questionável, principalmente quando o processamento envolve manipulação do alimento. Foram isoladas também inúmeras enterobactérias, inclusive coliformes fecais.      As duas marcas indicaram qualidade sanitária insatisfatória.           A contaminação das amostras pode ter ocorrido durante a higienização ou armazenamento em embalagens inadequadas, indicando a não aplicação de boas práticas de manipulação e o controle de temperatura, indispensáveis para minimizar a contaminação e controlar o desenvolvimento microbiano.         É necessário educação dos manipuladores de alimentos e orientações para higiene e limpeza das cozinhas, conscientizando-os sobre o risco de contaminações microbianas. É importante que o consumidor fique atento.