COMPARAÇÃO QUALITATIVA DE FUNGOS EM AMOSTRAS DE CHÁ VERDE (CAMELLIA SINENSIS) INDUSTRIALIZADAS E ARTESANAIS NO MUNICÍPIO DE SOROCABA-SP

Fernanda Blaseck Sorrilha (PUC-SP); Marcela Pellegrini Peçanha (PUC-SP); Amantina Aparecida Costa (PUC-SP); Angela Maria Carrocci (PUC-SP)

O aumento no consumo de chás traz preocupações em relação às condições de manipulação deste produto, visto que muitos produtores desconhecem os cuidados necessários para a produção e há falta de fiscalização que garanta a qualidade do produto. A contaminação por fungos filamentosos é também de grande importância na segurança dos alimentos, visto que alguns gêneros como Aspergillus e Penicillium são produtores de micotoxinas prejudiciais a saúde humana, podendo causar micotoxicoses. Micotoxinas são metabólitos sintetizados durante a fase de crescimento de alguns gêneros de fungos e possuem propriedades altamente tóxicas. Micotoxinas não têm seu efeito diminuído ou inativado pelo tratamento térmico, logo, a fervura não as elimina. Outro tipo de contaminação microbiológica preocupante é a contaminação por leveduras sendo que as espécies do gênero Candida podem causar infecções endógenas em indivíduos com o sistema imunológico debilitado. O objetivo deste trabalho foi de comparar qualitativamente amostras de chá verde, industrializadas e artesanais em relação à presença de fungos filamentosos e leveduras. Foi adquirido um total de 30 amostras de chá verde em folhas, quinze delas industrializadas e outras 15 artesanais. Com materiais esterilizados, separou-se uma alíquota de dez gramas de folhas que foi homogeneizada com 90 ml de solução salina. Deste preparado, retirou-se 0,1 ml que foi semeado por esgotamento em placa de Agar Sabouraud. As placas foram incubadas em temperatura ambiente no período entre 7 a 10 dias. Após o crescimento das colônias foi feito o isolamento e microcultivo de cada colônia. Verificou-se uma maior ocorrência de contaminação nas amostras oriundas de feiras livres. A maior contaminação nas amostras de origem artesanais remete à problemática dos processos de produção e estocagem nem sempre confiáveis. A ocorrência de gêneros de fungos toxigênicos, potencialmente produtores de micotoxinas reafirma a necessidade de treinamento e esclarecimento dos produtores de chás, do controle microbiológico por órgãos competentes e a implantação da fiscalização efetiva destes produtos, garantindo a qualidade, segurança e a eficácia destes chás.