25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2568-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES E FENÓTIPOS RESISTENTES A FLUCONAZOL DO GÊNERO CANDIDA EM HEMOCULTURAS DE ORIGEM PEDIÁTRICA DE 45 HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fumiko Miyashita (IAL); Sandra Regina B. S. Pukinskas (IAL); Marilena M. dos Anjos (IAL); Leonor Blanco Fernandez (IAL); Maria Walderez Szeszs (IAL); Aline Carvalho Silva (IAL); Dayane Cristina da Silva (IAL); Márcia S. C. Melhem (IAL)

Resumo

O gênero Candida é responsável por cerca de 80% das infecções fúngicas no ambiente hospitalar e constitui causa relevante de infecções de corrente sanguínea (ICS). Apesar de C. albicans ser a espécie prevalente, outras são descritas na literatura. É importante a correta identificação destes patógenos, pois alguns deles são resistentes a antifúngicos azólicos e poliênicos. Fluconazol é a droga mais utilizada em ICS por leveduras, servindo como marcador epidemiológico de ocorrência de resistência. Vários métodos podem ser usados para determinar in vitro a concentração inibitória mínima (MIC) de fluconazol, tendo como referência a microdiluição. O objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição de espécies e fenótipos resistentes a fluconazol do gênero Candida em hemoculturas de população pediátrica internada em 45 unidades hospitalares, públicas e privadas do Estado de São Paulo, durante o período de janeiro de 2006 a dezembro de 2008. Foram analisadas 141 amostras de crianças de zero a treze anos encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório central de referência do Governo do Estado de São Paulo. As amostras foram identificadas através de testes bioquímicos, utilizando técnicas de auxanograma e zimograma e morfologia em ágar fubá contendo tween 80. Os fenótipos de resistência foram determinados por microdiluição segundo Doc.E.Dis.7.1.(2002), do comitê europeu EUCAST. As espécies mais encontradas foram: C. albicans (43%), C. parapsilosis (42%) e C. tropicalis (13%) e outras espécies como C. guilliermondii. C. lusitaniae e C. glabrata foram menos freqüentes, representando 2% das amostras. A maioria (80%) das amostras de C. parapsilosis foi observada crianças menores de um ano, assim como em 75% de C. albicans. Segundo breakpoint para fluconazol, apenas 2,8% das amostras foi resistente, com valores de MIC > 16µg/mL, incluindo C. tropicalis (n=2) e C. albicans (n=1) e C. parapsilosis (n=1). O intervalo de MIC foi de 0,015µg/mL, MIC50 e MIC90 respectivamente foi de 0,5 e 2µg/mL. Apesar de C. albicans ser um agente prevalente, conclui-se que C. parapsilosis é um importante patógeno em ICS na população pediátrica no Estado de São Paulo, confirmando dados da literatura, seguido de C. tropicalis. As outras espécies identificadas têm reconhecida resistência antifúngica. Este estudo mostra a alta sensibilidade dos agentes de candidemia no grupo analisado.


Palavras-chave:  Candida spp, Candida parapsilosis, pediatria, fluconazol, candidemia