IDENTIFICAÇÃO DE CO-INFECÇÃO HIV/HCV EM PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA DE TRATAMENTO PARA AIDS NO RIO GRANDE DO SUL

Julio César Mioni (UNISC); Jane Dagmar Pollo Renner (UNISC); Marcelo Carneiro (UNISC); Lia Gonçalves Possuelo (UNISC); Andréia Rosane de Moura Valim (UNISC)

 O HCV é o principal agente das hepatites não-A não-B e representa um grande problema de saúde pública no mundo. A OMS estima que existam 180 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, correspondendo a 3% da população mundial, e 130 milhões são portadores crônicos da doença. Estima-se que de 3 a 4 milhões de pessoas são infectadas a cada ano sendo que 70% irão desenvolver a hepatite crônica. Em 2005 no RS, houve 5.112 casos confirmados de hepatites virais, tornando-se o 1° estado da região Sul em número de casos. O objetivo deste estudo foi quantificar o número de pacientes que são HCV positivos entre os portadores de HIV atendidos ambulatorialmente em Santa Cruz do Sul e avaliar a quantificação de células CD4+. Entre os pacientes HIV positivos foi realizado o diagnóstico de hepatite C utilizado teste rápido do Laboratório Bioeasy com amostras de sangue total coletados em vacuteiners com EDTA. Foram coletados dados como idade e resultados da carga viral. Foram analisados 66 pacientes infectados com HIV e observado que a variação de idade dos pacientes co-infectados foi de 26 a 73 anos e a média foi de 49 anos. As faixas etárias de 36 a 45 anos e de 46 a 55 anos foram as que apresentaram maior proporção de co-infecção, 28 e 36%, respectivamente. Foi possível observar que a co-infecção HIV/HCV estava presente em 10 (15,2%) dos 66 pacientes analisados. Dentre os pacientes co-infectados a contagem de células CD4 estavam na faixa de 274 e 583 células/µL. Em 96% dos casos analisados o PCR-RNA HIV quantitativo foram indetectáveis, demonstrando o bom controle viral nos pacientes analisados. As informações identificadas na população de Santa Cruz do Sul podem auxiliar no atendimento dos pacientes HIV positivo e no delineamento de estratégias terapêuticas, a fim de evitar, doença hepática crônica. Cabe salientar ainda que a co-infecção HIV/HCV é comum, principalmente porque ambos os vírus compartilham as mesmas rotas de transmissão, embora a via sexual seja mais importante para o HIV do que para o HCV.