25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2537-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

REESTRUTURAÇÃO DA MICOTECA DO INSTITUTO DE MEDICINA TROPICAL DE SÃO PAULO

Monica Scarpelli Martinelli Vidal (IMTSP/USP); Sarah D. B. Cavalcanti (LIM53); Aliete P. Begnini (FMUSP); Sonia C. Cavalcante (LIM53); Gilda M. Barbaro Del Negro (FMUSP); José Eduardo Costa Martins (FMUSP)

Resumo

     Coleções de culturas microbianas são centros de conservação ex situ da biodiversidade e estão encarregadas de coletar e disponibilizar organismos relevantes para o estudo científico e aplicações tecnológicas, bem como atividades de ensino, estudos taxonômicos, epidemiológicos e identificação de patógenos. A coleção de fungos do Laboratório de Micologia Médica do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (LIM-53 HC-FMUSP) compreende cerca de 900 isolados de fungos, algas e actinomicetos de interesse médico e veterinário, que até este estudo foram mantidos sob repiques sucessivos a cada três meses. Criada em 1925 pelo Prof. Dr. Floriano Paulo de Almeida e, a partir de 1953, mantida pelo Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz e seus assistentes, essa Micoteca necessitava de adequação de seu espaço físico e atualização nos métodos de preservação das amostras. A reforma física, de acordo com as normas de Biossegurança (NR32), incluiu: a) instalação de ar condicionado; b) troca de assoalho por antiderrapante; c) rebaixamento do teto em PVC; d) troca do botijão de gás por incinerador e lamparina, bem como instalação de armários com portas. Nossos estudos demonstraram que repiques sucessivos alteram características  morfológicas, antigênicas, de virulência e genéticas, em isolados fúngicos, o que exigiu a aplicação de novas metodologias de preservação, tais como: liofilização em solução de leite desnatado, água estéril, óleo mineral, congelamento a -80ºC e nitrogênio líquido (-196ºC). Este estudo avaliou isolados entre fungos filamentosos (hialinos e demáceos) e leveduras, que foram reidentificados por métodos clássicos e avaliados quanto à viabilidade nos diversos métodos de preservação. Ficou demonstrado que repiques sucessivos não são recomendados, por alterar as características das amostras fúngicas, que perdem a capacidade de produção de estruturas de frutificação. As metodologias implantadas contribuem para a manutenção da morfologia típica para as espécies estudadas, permitindo aplicação tanto em amostras recém isoladas, quanto nas pertencentes à Micoteca.


Palavras-chave:  Micoteca, Fungos, Preservação, Liofilização, Identificação