SELEÇÃO DE FUNGOS PRODUTORES DE SISTEMA CELULOLÍTICO PARA HIDRÓLISE DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

Isis Serrano Silva (FEA-UNICAMP); Cristiano Ragagnin de Menezes (ITAL-Tecnolat); Francine Amaral Piubeli (FEA-UNICAMP); Lucia Regina Durrant (FEA-UNICAMP)

Os resíduos agroindustriais, atualmente, estão sendo estudados nos processos fermentativos e biotecnológicos para a produção de uma infinidade de compostos com alto valor agregado para as indústrias. neste trabalho, 24 linhagens de fungos basidicomicetos e de solo foram avaliados quanto suas capacidades de produzir um sistema celulolítico ativo para degradação da fração de celulose dos resíduos agroindustriais. Fungos basidiomicetos foram isolados de troncos de árvores em perímetro urbano na região de Campinas, outros pertenciam à Coleção de Cultura do Laboratóriode Sistemática e Fisiologia Microbiana (FEA-UNICAMP), bem como fungos filamentosos isolados de solo. Alguns outros fungos foram isolados de contaminações acidentais de meio de cultura no laboratório, provenientes do ar, sendo também avaliados quanto à produção de celulases. Os fungos, em sua maioria ainda não-identificados, foram cultivados em placas contendo meio Potato Dextrose Agar (PDA) por 5-7dias a 30^oC. Após seus crescimentos em placa foram transferidos (em inóculo com alça tipo agulha) no centro de uma placa contendo meio sólido mínimo de sais e 1% de carboximetilcelulose (CMC) como única fonte de carbono. As placas foram incubadas por 5 dias e, posteriormente, sofreram choque de temperatura a 50^oC por 20hs para ativação das celulases, em sua maioria termoestáveis, promovendo hidrólise mais rápida da celulose. O diâmetro dos halos de degradação foram medidos, assim como o diâmetro das colônias dos fungos, sendo esta razão denominada Indice Enzimatico (IE), que indica a capacidade de produção de um sistema celulolítico eficientes para degradar a fração de celulose. Todos os fungos avaliados apresentaram formação de halo de degradação da celulose em palca. Os maiores IEs foram verificados para fungos contaminantes acidentais de culturas de Aspergillus sp, Penicillium sp, Phanerochaete chrysosporium, e também para os fungos crescidos acidentalmente em palcas contendo CMC que foram mantidas estocadas em temperatura ambiente por muito tempo. Tais fungos estão sendo incubados em fermentações submersas e semi-sólidas para produção e semi-purificação de celulases, avaliação da hidrólise da fração de celulose em resíduos agroindustriais e determinação de açúcares fermentescíveis gerados para posterior fermentação à etanol.