INVESTIGAÇÃO DE GENES DE VIRULÊNCIA EM AMOSTRAS DE ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICAS ATÍPICAS ISOLADAS DE CÃES E HUMANOS.

Lavicie Rodrigues Arais (UFF); Tânia Tardelli Gomes do Amaral (UNIFESP); Paula Maria Pereira de Almeida (UFF); Cecília Matheus-guimarães (UFF); Danielle Pacheco Alves (UFF); Davi S.c.c.h.a. Costa (UFF); Guilherme M. Barandas (UFF); João Ramos Costa Andrade (UERJ); Dennys Monteiro Girão (UFRJ); Aloysio de Mello Figueiredo Cerqueira (UFF)

Introdução: Amostras de E. coli enteropatogênica atípica (aEPEC) compôem um patotipo emergente de potencial zoonótico que demanda estudos de virulência e de epidemiologia. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar de modo comparativo a ocorrência de genes de virulência em isolados de aEPEC oriundos de fezes diarréicas de origem canina e humana. Metodologia: Vinte isolados de aEPEC de origem canina (n=15) e humana (n=5) de onze sorotipos distintos foram investigados através de ensaios de PCR quanto a presença e caracterização de diversos genes de virulência associados ao locus LEE, a outras regiões cromossômicas ou plasmidiais e associados a marcadores de outros patotipos de E. coli. Isolados dos sorotipos O51:H40 (n=4), O4:H16 (n=5), O11:H16 (n=2) e O49:H10 (n=2) foram recuperados de cães e humanos. Os demais sorotipos (O2:H19, O28:H16, O117:H40, O136:H^-, O156:H^-, O159:H23 e O181:H18) foram recuperados apenas em amostras de cães. Resultados e discussão: 70% dos isolados apresentaram os subtipos b ou g do gene eae tanto em isolados de animais quanto de humanos, enquanto na tipagem dos genes tir e espB encontrou-se o subtipo a em 50% e 60% dos isolados, respectivamente. Todos os isolados foram positivos para o gene ehxA, que é comumente encontrado em cepas de E. coli produtoras de toxina Shiga (STEC). Os genes efa-1 e iha, também associados a cepas de STEC, foram detectados em 60% e 100% e 40% e 0% de isolados de origem humana e canina, respectivamente. Além disso, 85% dos isolados foram positivos para o gene fimH. Todas as amostras foram negativas para os genes afa, cnf, kps e pap, comuns em cepas de E. coli uropatogênicas. Conclusão: Apesar de resultados similares em relação a vários dos marcadores genéticos investigados, os isolados de aEPEC estudados mostraram um perfil variado. Isolados de mesmo sorotipo de origem canina e humana, mesmo sendo mais similares, não se mostraram idênticos. Isolados de origem humana apresentaram um perfil de virulência mais marcante. Apoio CNPq e FAPERJ.