DESINFECÇÃO DE ESTETOSCÓPIOS; UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ÁLCOOL ETÍLICO A 70% E DISPOSITIVOS COM ANTIMICROBIANOS

Rodrigo Fernandes Weyll Pimentel (EBMSP); Suzana Ramos Ferrer (EBMSP); Hygia Maria Nunes Guerreiro (EBMSP); Rita Elizabeth Moreira Mascarenhas (EBMSP)

Introdução: Os estetoscópios representam importantes veículos para os microrganismos, principalmente em ambiente hospitalar, por isso se faz importante uma correta desinfecção deste instrumento. Diferentes alternativas de desinfecção dos estetoscópios têm sido testados e há diferenças na eficácia dos produtos utilizados e na facilidade de procedimentos. A desinfecção dos estetoscópios com álcool etílico a 70% tem se mostrado eficiente. Recentemente, dispositivos descartáveis impregnados com antimicrobianos (DDIAs) foram desenvolvidos para reduzir esta contaminação. Objetivo: Este estudo propõe avaliar a ação antimicrobiana dos DDIAs, comparando-a a atividade do álcool etílico a 70%. Métodos: Culturas a partir do diafragma de estetoscópios de 30 profissionais médicos foram obtidas em diferentes momentos. As amostras foram coletadas antes e depois da desinfecção com álcool etílico a 70% e depois de sete, quatorze e vinte e um dias após o uso dos DDIAs, respectivamente. Resultados: A quantidade media de unidades formadoras de colônias (UFC) após o uso do álcool etílico a 70% (36.5 colônias) foi significativamente inferior à condição sem a desinfecção com álcool (1011.0 colônias) ou após o uso de DDIAs durante sete (1921.9 colônias), quatorze (1556.2 colônias) ou vinte e um dias (2337.3 colônias). Cepas de Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa, Streptococcus spp, bastonetes Gram-negativos e Gram positivos, Micrococcus e Candida albicans foram os microrganismos isolados. Conclusões: A desinfecção com álcool etílico a 70% é mais eficiente que a realizada com os dispositivos descartáveis impregnados com antimicrobianos. Os dados deste estudo apontam para a necessidade de desinfecção em equipamentos que entram em contato direto com o paciente como forma de prevenir a transmissão de microrganismos potencialmente causadores de infecções e doenças para os indivíduos.